Transilvania Season - Ep 30, Carmen
Carmen e Eric começaram uma tradicional 'caça às bruxas', só que a única diferença é que não eram simples bruxas que procuravam... Esperavam encontrar Dean, mas Carmen não fazia a mínima ideia do que ia acontecer de seguida. Apenas lhe surgia um pensamento: Teria Eric enlouquecido?
"Not The Answer I Wanted" by Carmen Montenegro
Portanto, lá estava eu, no meu querido carro, às voltas com
Eric na cidade de Inverness, à procura do motel onde Dean e Frankie estavam.
Passear por Inverness de carro, até nem era mau! Serviu para matar saudades
daquele ronco masculino, serviu para visitar a cidade e serviu para recordar
como era a luz do sol.
Parámos à frente do motel, sob a sombra da manhã, criada
pelo grande cartaz do The Green Goblin. Dava cobertura suficiente para eu sair,
rapidamente e entrar no motel. Eric ia sair do carro à pressa mas, eu
tranquei-o. Estendi-lhe um pano que tinha no carro, para estancar o sangue que
tinha nas mãos. Eric agarrou o lençol, rasgou-o em dois e colocou em redor das
mãos.
- Antes adoravas.
- Como disse, as coisas mudam. – Respondi secamente.
Preparei-me para sair do carro mas, Eric, pegou no meu pulso e estendeu-o.
- Para andares no sol… - Atou ao meu pulso um pedaço de pano
com umas estranhas inscrições. Olhamos os dois um para o outro; De certo modo defendíamos
a mesma causa, a vivência dos nossos parceiros.
- Obrigada. Vamos embora…
Destranquei o carro mas, e saímos os dois. Fui cumprimentada
pelo sol que, graças a magia de Eric, não perfurou a minha pele. De certo modo
senti-me a renascer.
Não avancei mais, os meus olhos cravaram-se para o café que
ficava ao fim da rua. Dele saía um jovem, cujo cheiro julgava conhecer. Vinha
lentamente, com um copo grande de café na mão e um saco de bolos na outra;
Vestia calças rasgadas nos joelhos, uma t-shirt cinzento, óculos de sol
gigantes e o cabelo em crista. Ele viu-me. Parou em choque confrontando-me mas,
ao ver que não fazia nada limitou-se a sorrir feito idiota. Continuou
lentamente até ao seu carro cinzento, quando entrou baixou os óculos e
mandou-me um beijo. Logo a seguir, partiu como carro a roncar, a alta
velocidade. Conhecia-o, mas, de onde?
- Vens? – Perguntou Eric.
- Sim.
***
Entramos no tal motel, até nem era muito mau. Estava em
melhores condições do que o outro em Moscovo. Este hall estava limpo, bem
arranjado, bem decorado e, tinha um jardim com um pátio e uma fonte que lhe
dava um ar muito rústico.
Eric olhou para as escadas, com o ar de quem procurava
alguma coisa.
- 4º Andar.
Começou a subir as escadas com alguma pressa. Os
corredores, tinham um tapete esverdeado, as portas eram escuras com uma
maçaneta electrónica. O silêncio reinava naqueles corredores, não se ouvia nada
nem ninguém. Chegámos ao 4º andar, Eric andou com toda a certeza a 3ª porta do
lado esquerdo e bateu sem qualquer demora. Não demorou muito até se ouvirem
passos e a porta abriu-se.
- Oh Deus! – Reclamou Eric. - Não usas roupa, tu?
- Não, às vezes tem que se dar de respirar aos músculos. Tu
saberias se tivesses… - Frankie tinha vindo à porta apenas em boxeurs, com uma
toalha ao ombro, uma escova na boca e estava todo molhado.
- Precisamos de falar com Dean.
Sem respeito, Eric passou por Frank e entrou dando-lhe
um leve encontrão. Frank fez má cara à sua passagem mas, a seguir abriu caminho
com uma vénia engraçada para eu passar.
- Madame…
Eu sorri.
- Onde é que ele está? – Perguntou Eric perscrutando o
quarto, provavelmente numerando os defeitos.
- Banho. – Respondeu Frank divertido, fechando a porta.
- Vai chamá-lo!
- Vai tu! Não sou tua empregada! – E estalou os dedos,
mexendo o pescoço e dirigiu-se para o espaço ao lado. Aquele quarto era grande,
do lado direito tinha uma sala pequena com um televisor velho e dois sofás; do
outro lado havia duas camas relativamente grandes e uma porta ao lado, que
presumi que fosse a casa de banho. Frankie, dirigia-se para a cozinha onde,
sempre a trautear, começava a fazer uma sandes. A porta da casa de banho
abriu-se e Dean apareceu sobre uma nuvem de vapor em tronco nu com calças
pretas, assim que me viu a sua cara iluminou-se mas, não durou muito quando viu
Eric a meu lado.
- Precisamos de falar contigo. - Disse Eric.
- Oh, a sério!? – Exclamou Dean surpreso. Olhou para mim e
eu permaneci séria. - Devo-te dinheiro ou assim?
- Não. - Respondeu Eric. - Estamos aqui para encontrar a
Sheftu.
Dean olhou em volta, percorrendo todos os cantos com o
olhar.
- Não a vi…Frank, viste a Sheftu?
- Não! – Gritou Frank, atarefado em alguma
coisa.
- Lamento, não a vimos. Tenta no México!
- Não tem graça! - Exclamou Eric, irritado.
- Não me estou a rir. Isso é apenas…- Dean procurou
palavras. - De loucos!
- De loucos?
- Sabes perfeitamente que a Sheftu não está aqui. Portanto,
ou arranjas melhor desculpa para matares saudades minhas ou…
- Idiota! Tu podes encontrar a Sheftu!
Dean olhou para mim com estranheza e riu-se.
- Sou um radar humano, agora?
- Tudo indica que sim. De acordo, com Lawrence…
- O Lawrence está morto! – Exclamou Dean. O seu olhar parou
em mim, pedindo-me desculpa e eu sorri levemente. Vestiu a sua t-shirt
cinzenta. Eric aproximou-se de Dean mas, ele recuou.
- Ouve, tu e a Sheftu têm uma ligação forte. Mais forte do
que eu tenho com ela! Eu não consigo encontra-la, Dean, mas tu consegues.
O meu amado ficou a olhar para o semi vampiro com um ar
total incredulidade. Dean analisou-o de cima abaixo, pensou durante segundos
eternos. Olhou para mim muito fugazmente e eu já sabia o que ia acontecer a
seguir.
- O que vais fazer?
Sim, que vais fazer?
Eu aproximei-me de Eric apreensiva, de braços cruzados e
pronta para uma discussão. Com o poder de Eric, nem era preciso eu falar. Sabia
que ele escutava cada asneirada que eu pensava.
- Tenho de entrar na tua mente.
Não! Isso não! Ele não tem força suficiente,
Eric.
- Tenho de te ligar a Sheftu. Imagina que sou um hardware
externo, tenho que me ligar a ti, computador central, para encontrar um
ficheiro perdido.
Pior analogia de sempre! Ele não é idiota!
- Não sou idiota, dispenso as analogias. – Respondeu Dean
azedo. Ele olhou para mim sob aquela explicação. Conseguia ver que ponderava
seriamente. - Tudo bem, se é para encontrar a Sheftu….
Eu olhei para Dean sem querer acreditar, no risco em que ele
se colocava.
Esquece o que disse há bocado. Ele é idiota! Um humano
idiota!
Caminhei para a porta e saí batendo-a com força. Saí para o
correr, encostei-me à parede de braços cruzados com um ar pouco satisfeito.
Porque raio, tinha Dean, de se armar em herói? Porquê? Ele sabe perfeitamente
os riscos que corre, no entanto, está sempre a meter-se em perigo!
Reconheci os seus passos, quando abriu a porta. Eu olhei
para ele mostrando nenhum agrado. Dean, voltou-se para trás fazendo sinal para
que esperassem a seguir, fechou a porta e veio na minha direcção.
- És louco!
- Só estou a tentar ajudar! - Eu bufei, baixei a cabeça
tentando controlar-me. Dean beijou-me cabeça e puxou-me por um braço. - Vem cá.
- Não.
Então, Dean puxou-me mas, não com violência apenas de modo a
que ficasse encostada ao seu corpo.
- Estás a ser mimada. Não tens razão nenhuma…
- Eu transformo-te, se não fizeres isto… - Era um acto de
desespero, eu e ele sabíamos muito bem disso mas, só eu sabia que aquela
experiência que Eric queria fazer com Dean, correria mal. Preferia tê-lo
transformado do que cobaia de Eric.
- Estás desesperada. Não vás por aí, não te fica bem. -
Afastou o cabelo da minha cara. - Não sou feito de vidro, já vistes as marcas
que tenho no corpo? Já ando de mão dada com o perigo desde que me conheço por
gente. E, tu não és minha protectora pois já sou adulto! Não nasci ontem…
- Tudo bem. - Disse eu. - Mas, fico ao teu lado.
- Sim. – Deu-me um beijo na testa. - Só te quero ao meu
lado.
Puxou-me para dentro do quarto novamente. Eric estava à
janela e Frankie, encontrava-se sentado na cama já totalmente vestido.
- Então, primo? – Perguntou Frankie. - Que vai ser?
Dean apertou a minha mão levemente, e olhou para Eric.
- Vamos a
isto.
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