Transilvania Season - Ep 8, Vladimor


Depois de ter salvo a sua querida amada Stratis, Vladimor segue rumo à enorme confusão que parecia ter-se alastrado por toda a casa de seus anfitriões. Novas alianças seriam bem mais fortes do que breves conturbados mal-entendidos? A verdade é que tudo ia bem mais além do que era visto a olho nu, bem mais do que uns truques de magia…

"Nothing Still" by Vladimor Iorganov

A espera estava a ser um tanto estranha… Dean tinha ido para dentro da outrora majestosa mansão e estava a demorar o seu tempo. Frankie olhava para mim de uma forma grosseira que não lhe ficava nada bem mesmo… Não era nada bom aquilo… Enfim… eles tinham passado por muito desde a batalha que me resumiram e que eu soube que existira. Foi então que miss Carmen desceu as escadas, acompanhada por Dean e Eric.
- Miss Carmen. – Não pude deixar de sorrir e pela parte dela um abraço caloroso e de certa forma de alívio apareceu. – Estás bem?
- Sim, e tu? – A cara dela não aparentava nada disso…
- Melhor. Lamento pelo Lawrence, era um grande cavalheiro. – O sorriso dela foi triste mas agradecido. Ao mesmo tempo olhara para os dois, sabia que estavam do nosso lado, contudo, será que planeavam algo? – Eles…
- Eles desde o início que estão do nosso lado Wolf. Não tens que te preocupar. – Desta vez o sorriso dela foi assertivo e tranquilizante.
-  Tudo bem então. Se assim o é fico muito mais descansado.
- E quanto a vocês os dois, ele é nosso aliado mesmo! Escusam de ficar com esse ar tão apreensivo… - Eu continuava fascinado com o que acontecera a casa, e agora que tinha a certeza do que tinha acontecido… - Mr Wolf, já viste o que aqui fizeram? – Ela bem que tentava aliviar a tensão.
- O Dean e o Frankie contaram-me muito brevemente o que se passara… Incrível… E desculpa!
- Desculpa? Porquê? Por não teres estado aqui? – Eric não aguentara mais…notava-se a frustração que ele tinha.
- Sim, desculpa-me por não ter conseguido chegar aqui a tempo… Fiquei preso… Apenas posso dizer isso… - Os olhares que recaiam em mim eram frios como gelo - Contudo, senti o cheiro de Sheftu e o de Pan e o daquela criatura que perseguimos juntos, miss Carmen. – Ela estava surpresa.
- Como assim?  Aquela criatura estava junta nisto? Mas e para onde foram?
- Estavam numa carrinha e seguiam a estrada que passa aqui perto… Transformei-me mas estava demasiado fraco para as alcançar e depois de ter levado com um dardo de luz... O resto podes imaginar como foi, ou não? – Estava um pouco indignado por ter de mostrar um pouco a minha fraqueza do momento mas teve de ser, pois tinham de acreditar em mim… Depois de tanto tempo só não queria ser escorraçado desta forma.
- Espera lá cachorro! Tu sabes para onde foram…foste impedido de os seguir por fraqueza, mas tu rivalizas comigo nas artes mágicas e foste aniquilado só com um raio de luz…patético! – Eric não poupou nas palavras… a fachada é complicada!
- Ouve lá seu mafarrico! Se tivesses de lutar contra a tua réplica numa prisão onde não existe vida a não seres tu, irias perceber o quanto esgotado eu fiquei… E rivalizar contigo… Não me faças rir!
- Réplica?  Isso é impossível…
- Garanto-te que não! Mas isso é irrelevante, por agora! Talvez consiga captar o cheiro da Sheftu e da Pan e da criatura. – Não podia dizer-lhes que era a minha irmã…
- Ainda achas que consegues? – Perguntaram Dean e Frankie surpresos de certa forma.
- Desculpem mas nem parecem caçadores… Ou se calhar já se esqueceram que sou um lobisomem?…
- Não interessa isso agora Wolf! Se conseguires encontrá-las seria óptimo. – Carmen parecia sedenta em relação a Pan.
- Eu vou falar com umas pessoas para…
- Tenho o meu jipe lá fora e isso ajudaria ou não? – Interrompera Frankie, um Eric renovado de esperança.
- Então vamos.
Começámos a sair do pátio da biblioteca, completamente arrasado. Quando Dean se colocou em frente de Carmen…
- Coisas de pombinhos! – Sussurrou Frankie em tom de brincadeira, ao qual sorri.

O jipe estava cheio de guerreiros prontos para a batalha. Contudo, esta nunca chegou a ocorrer…
- O rasto acaba aqui…como por magia, à qual não duvido que tenha existido recurso.
- Vladimor, o teu olfacto trabalha bem, não trabalha? – Perguntou Dean num gesto de troça. – É que se iam numa carrinha, não é possível que o rasto que seguiste até agora, pressupondo estares correcto, acabe assim…
- Sei muito bem que numa certa e determinada noite houve um certo alguém a fazer certas coisas com a miss Carmen, ou estarei enganado Dean? – A provocação tem o seu preço – Sim porque agora sei perfeitamente a quem miss Carmen estava a cheirar!
O silêncio que se seguiu foi cortado pela gargalhada de Frankie.
- Priminho, o lobo sabe o que está a dizer. E se ele diz que é possível que tenham utilizado magia, não duvido. Afinal, repara: Vladimor é um lobisomem mago e Eric um mestiço mago… Pan é aquilo que sabemos e pelos vistos a criatura é bem poderosa. Com isto dito, acho que só nos resta ir para casa e arrumar aquela confusão.
- Assim seja… – Disse Eric, com pesar. “Vladimor, perdeste mesmo o rasto dela?”, ecoou ele no meu pensamento.
“Sim… infelizmente meu caro… Não percebo… Mas há muito que tenho de te contar agora que Sheftu não está aqui, mas existe um preço por aquilo que te irei revelar.”
Ele nada mais disse, e notei a cara pensativa que tinha colocado.

A viagem de regresso foi realizada sem nenhum acidente e, toda ela, em silêncio medonho. Eric estava em sofrimento e eu não sabia se as revelações que lhe iria fazer o ajudariam em alguma coisa ou só iriam piorar as coisas na cabeça dele. Stratis no entanto era capaz de me ajudar em algo… A floresta é o seu meio, portanto deve ter conseguido perceber para onde foi transportada a tal carrinha. Pode ser egoísta da minha parte mas, o que é certo, é que não quero nem por nada que Alexis seja alvo de uma perseguição sem ser a minha própria.
- Então e agora? O que fazemos? – Dean estava cansado.
- Agora acho que devemos tratar de descansar e organizar as ideias antes de qualquer outra coisa. Parece que cada um de nós teve a sua batalha de vida ou morte…
- Se Vladimor assim o diz… – Frankie parecia sempre desejoso de armar alguma e aquela foi mais uma com o seu tom de provocação, contudo, não estava para engolir mais nenhuma… quem pensa ele que é?
- Ouve bem Frankie. Não tentes armar-te em esperto com tudo e mais alguma coisa, pois não gosto muito dessas coisas. Evita chatear-me mais do que já estou… Não me tentes, pois poderás perder a tua vida a defrontar-me…
- Hei hei! Nada de confusões Vladimor! Já chega o que se passou não achas? – Eric entreviu em favor de Frankie, o que era estranho… “Se não fossem eles, teria sido bem pior… Garanto-te!” A sua justificação era real, mesmo assim o meu aviso pareceu ter chegado a quem devia, o que me deixava mais à vontade.

Dean e Frankie foram para dentro da mansão, enquanto eu e Eric tínhamos ido para a garagem que, por uma estranha razão, estava sem qualquer arranhão. Eric estava cabisbaixo a seguir-me contudo, mantive-me resoluto em explicar-lhe o que tinha descoberto. Entrámos e indiquei a Eric um cadeirão que antes era usado por Lawrence nas nossas conversas e contos nocturnos.
- Vladimor, diz-me o que te passou… Já percebi que vai ser uma conversa demorada, por isso…
- Eric Manen, o que vais ouvir não é algo simples… A minha história foi sempre muito conturbada e para vocês, os residentes da mansão, desconhecida. – Servi-lhe um brandy ao qual ele aceitou. – Contudo, por motivos que acho superiores só te direi aqui o que acho importante saberes, depois logo farás o que achas que deves fazer.
Fiz uma pausa e verifiquei que ninguém estava presente perto da garagem. Miss Carmen não poderia saber pois poderia interpretar mal, visto estar alterada depois da morte de Lawrence, Samantha não era relevante para nada disto e os dois humanos também não.
Os acontecimentos anteriores tinham de ser reflectidos por apenas dois conhecedores de magia e não por aqueles que não a sabem utilizar.

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