Transilvania Season - Ep 13, Vladimor

Vlad tentava ajudar o seu novo amigo a tentar encontrar soluções para encontrar a sua amada, tal como ele tão loucamente procurara Stratis. Talvez os dois conseguissem encontrar respostas para todas as situações que aconteciam nos seres que existiam por aquela casa. Só havia uma certeza: levaria tempo para descobrir tudo o que se passava e muita energia. E Vlad esperava ter o seu amigo Eric a acompanhá-lo por essa demanda...

"The Beginning of a Great Friendship" by Vladimor Iorganov


Existia uma certa tenção no meu quarto. Mas tinha de lhe contar…
- Eric, não sei como vais reagir em relação ao que te vou contar, mas acho que será sensato da minha parte fazê-lo. – Ele assentiu, é um começo – Pois bem, a Sheftu mencionou alguma vez o nome de Ian?
- Ian… – Os olhos dele pareciam relampejar – Esse desgraçado de amostra de pai! O que tem ele?
- Estou a ver que sabes quem ele é, é um começo. Eu só soube que ele era teu pai há relativamente pouco tempo. Sheftu disse-me para não pensar nele ao pé de ti… Mas agora chegou o momento de te explicar um pouco de onde venho, o que poderá ajudar a revelar certas coisas no meio disto tudo.
- Vladimor… Não quero saber disso, apenas quero saber onde está a minha amada nada mais… – Ele disse aquilo com pesar… está mesmo abatido o rapaz…
- Compreendo. Contudo quero que saibas que talvez o teu pai nos possa ajudar no meio desta confusão toda, afinal ele tem muitos contactos espalhados pelo mundo fora.
- O desgraçado a ajudar! – Levantou-se num ápice e mostrava uma aura ameaçadora. – Não me faças rir! Ele só se interessa por ele mesmo e nada mais. O resto é tudo uma grande incógnita! Ele não nos vai ajudar, tenho a certeza. Além disso… Como conheces o meu pai ao certo? – A postura dele ficou em guarda como se esperasse que algo o atingisse…
- Acalma-te rapaz! Não me deixas falar como esperas compreender? – Aquilo parecia pior que uma chapada nele, pela cara de choque que tinha colocado e a vergonha tinha-se-lhe abatido.
- Pronto… Desculpa sim, mas estou um pouco passado por perceber que sabes quem ele é e, pelo facto de a Sheftu ter sido levada…
- Compreendo Eric mas não precisas de ficar assim. Ela sabe cuidar dela e tens de ter alguma confiança no que ela pode ser capaz de fazer. – Pareceu acalmar… talvez agora possa recomeçar.
- Obrigado Vladimor… – Sorriu um pouco, mas pareceu ficar confortado com as palavras.
- Não tens de quê Eric. As coisas têm de ser ditas como devem, apenas isso. Ela é forte, mas não invencível, essa é a realidade. Mas como antes estava a tentar dizer…Ian é capaz de ajudar um amigo de longa data. Conheço o Dragulia há um bom milénio e Ian há mais de setecentos anos. São ambos meus amigos de longa data. Ajudaram-me com os meus problemas e eu com algumas complicações deles. Naquela época não me interessei pelas guerras entre as nossas duas raças e Dragulia sabia disso por isso não me matou! – Ri-me por me lembrar que o nosso combate tinha durado apenas três minutos e que eu tinha sido completamente aniquilado. – Fui esmagado pela força de alguém superior que saiu literalmente dos poços do Inferno. Mas que não acabou comigo pois percebeu que nenhum mal lhe desejava e que não estava em metido com ninguém do exército da minha raça.
- Vladimor, tu és antigo demais, não és? – Aquela pergunta parecia mesmo a de uma criança pequena… Ri-me inevitavelmente.
- Não, até que não sou assim tão antigo… Sou do século quinto depois de Cristo.
- Então és bem mais novo que Sheftu… – Ele parecia divertir-se com os pensamentos disso…
- Sim sou! Ela e Ian são da mesma rês. Mas continuando… Dragulia depois de me acolher e proteger contra algumas coisas da época, ensinou-me umas coisas de magia. Uma delas é um rito perigoso, que não sei se conheces… Consome uma grande quantidade de energia e sangue. Mas é bastante eficiente para localizar quem tu quiseres.
- Conheço vários feitiços de localização, mas nenhum que envolva sangue… Não estás a querer matar-me pois não? – O que é que ele está mesmo a dizer? Maluco o rapazinho…
- Estou a tentar ajudar-te e ainda me falas assim? Os feitiços de sangue existem e isso, sei que sabes. São artes obscuras, sim… Mas são por vezes mais eficientes, visto não termos o tempo nem certos ingredientes para fazer a melhor opção! Estou a oferecer-te um conhecimento poderoso Eric. Não para acabar contigo, mas para ajudar a salvar a Sheftu. Vocês agora são como família para mim! Isso é o que eu quero que compreendas… Durante o tempo que habitei este bosque fui sempre muito solitário… Mas agora descobri que ser solitário é algo que não nos faz bem algum! E agora descobri que afinal tenho também uma irmã e por isso vou também ter com Ian para ver se ele sabe de alguma coisa…
- Espera lá… ouvi bem? Irmã???
- Sim…Irmã! A criatura que me afastou de todos vocês é na realidade a minha irmã… Mas isto, quero que guardes segredo! Esta caçada é minha e só minha! Não quero que nenhum de vocês tente alguma coisa com o fantasma que me assombrou e pede pela destruição da minha família. Serei eu a finalizar aquilo de que andei a fugir. – Ele ainda não fechou a boca… - Agora que tenho por quem lutar. Tenho quem defender. Não me basta fugir!
- Vladimor…
- Diz porra? – A raiva estava a começar a vir ao de cima.
- Não sabia que tinhas esse fardo… E sim, o segredo estará guardado comigo. Agradeço-te por me quereres ajudar, e aceito a tua ajuda, companheiro. – Companheiro…
- Então ensinar-te-ei este feitiço e se quiseres uns outros tantos mas, noutra altura!
Sorrindo, fui buscar umas folhas e um lápis e comecei a escrever o feitiço e as runas e o seu formato, enquanto ele acabava a sua bebida a olhar com um ar pensativo para o tecto.
- É isto aqui Eric. Eu auxiliar-te-ei com alguma energia, és capaz de precisar…
- Nada disso… Apenas quero que zeles por mim, Vladimor. Para se algo correr mal.
- Muito bem. Estarei pronto para te ajudar se assim for necessário, jovem Eric!
Sorrimos e dirigimo-nos para um local melhor para o rito.
- Eric, estás a pensar fazer isto onde?
- Cozinha! É um bom local porque tem certos alicerces que me ajudarão…
- Muito bem. Eu estarei então por perto, agora concentra-te. Para este rito é imperativo que estejas em sintonia contigo mesmo!
- Não me esquecerei disso, Vladimor.
- Trata-me por Vlad… companheiro. – Ri-me e ele ficou a olhar para mim com um sorriso de entretenimento.
Eric é um bom rapaz e com mais treino e umas coisas é capaz de se tornar um grande mago. Mas tem de ter mais calma com tudo o que faz e não se apressar para a sua morte. Espero que isto o ajude, pois vejo desespero em seus olhos. Auxiliá-lo-ei no que poder para que consiga chegar mais longe. Ter um aluno… Engraçado… Agora não é a altura própria para isso, depois disto a ver se vou falar com Stratis que há uma série de coisas que me preocupam e que com ela vou ter de discutir.

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