Inverness Season - Ep 37, Vladimor
Rodeado de confusões, Vladimor não sonha que está bem próximo de uma parte do seu passado que está determinada a assombrá-lo. Por onde andará a sua Stratis? Será ela uma prisioneira das suas origens? Talvez tudo estivesse perdido, Vlad nunca baixaria os braços! Jamais!
“Uncovered” by Vladimor Iorganov
Com o passar do tempo, fui deambulando pela noite fora, sob
a luz de estrelas envergonhadas e sobre uma Lua coberta. Nada de especial me
cobria o pensamento, apenas uma sensação de desconforto… Não sabia o que era
mas era chato no mínimo! Algo que me estava a espetar como um espinho se agarra
ao pé enquanto descalços caminhamos pela floresta… Mas este espinho tinha algo
de familiar… Não sei o quê, mas tem! Talvez seja só impressão minha, por isso
mais vale deitar-me… Afinal já é tarde…
Deitado na garagem permaneci, mas sem conseguir pregar olho…
Isto assim não dá com nada… Foi então que ouvi uns barulhos que não eram muito
normais…
- PAN! – Ok… a Carmen está a chamar pela piolha mas não me
parece ser algo muito amistoso… bem… deixa lá ver no que vai dar…
Levantei-me antecipando qualquer coisa nada boa… Estava
quase a amanhecer! Ao menos a Carmen já está dentro de casa… Espera lá, mas se
isto é dentro da casa não posso fazer nada…mas daqui também não dá para ouvir
bem o que dizem… “Desculpa lá Sheftu mas é só uma espreitadela!” E assim segui
rapidamente para a porta de onde parecia vir a confusão…
- Não era isso que tu querias? Ir ter com o teu Dean? Matar
a morrer? Eu simplesmente ajudei-te… - Hummm…a piolha parece estar a querer
chatear a Carmen e BEM! Não vai sair daqui uma muito boa coi… PIMBA já cá está
ela fora… a piolha! Não consegui conter um pequeno riso, mas de repente a minha
bela Carmen apareceu e vi que não tinha lá muito boas intenções. Agarrou-a pelo
pescoço e vi que o mais provável era haver sangue, e porque não? Mas em
milésimos de segundo vi que Eric aparecia pela porta e que seria tarde demais…
A piolha, amiga dele estaria mais que morta se eu não agisse… E percebi que ele
ficaria magoado, o filho de Ian não merece ficar sem a amiga.
Corri contra a Carmen e sustive-a num abraço forte,
retirando-a longe dali.
- Larga-me, Eric. Vou dar cabo dela…a muito que ela anda a
pedi-las.
- Pena, que eu não sou o Eric. – Ela está mesmo possessa… E
olhei por cima do seu ombro e vi que a piolha queria uma segunda dose… mas não
queria que houvesse um banho de sangue e estava a preparar para realizar um
belo feitiço de imobilização para a piolha quando derrepente: - Vai-te embora.
– Eric lá ganhou tomates e meteu-se entre duas feras.
- O quÊ?!
- Vai-te embora, Pan! Estou farto destas cenas entre tu e a
Carmen. Já vinha desde a muito tempo e aquele truquezinho não teve a mínima
piada. Carmen podia ter-se magoado a sério. – Parece estar a seguir um pouco
aquilo que lhe disse, e acho que aqui a minha amiga até acalmou com esta
intervenção! Assim está bem!
- Mas, foi o que ela me pediu!
- Vai-te embora!
- Estás sempre a
defendê-la! Sempre! Não vês que ela é uma triste? ELA NÃO TEM
SALVAÇÃO, ERIC!
- Raios, larga-me Vladimor! Eu vou arrancar-lhe os ossos… –
Assim lá se foi a calma, e mais uma vez a Carmen estrebucha, coitada… também
não percebe que é escusado resistir a um abraço de um lobisomem que ainda por
cima está encantado…francamente…estas vampiras estão doidas e perdem o juízo
umas com as outras… Se não fosse o Eric era mais fácil silenciar esta piolha da
Pan… que nome parvo!
- Podes vir, sua tonta…não tenho medo de ti! Não passas de
uma idiota, imatura e uma humana disfarçada de vampira!
- CHEGA!
- Podes largar-me, Vladimor. – ALELUIA que ele reagiu! E
assim lá se foi a piolha e a calma voltou a reinar…embora eu me sinta
impaciente como o raio…
- Posso? Não vais tentar arrancar-me os ossos? – Disse eu
para aliviar um pouco mais o clima de tensão, embora quem estivesse a ficar
stressado era eu… parecia um chamamento!
- Não.
Respirei um pouco entre dentes e resisti colocando uma
barreira e lembrei-me que Carmen deveria querer não estar nas minhas mãos mas
talvez no tal Dean… interessante!
- Eu consigo ver quando uma mulher viu os desejos
realizados, Carmen.
- Desculpa? – Aquilo tinha-me saído simplesmente mas teve
piada, porque realmente sinto o cheiro de alguém, nela! E ri-me desse mesmo
facto que ela não percebia.
- Está escrito na tua testa e, para além disso tens o cheiro
dele em ti. – Foi aqui que senti o chamamento ainda mais forte…mas o que
poderia ser? Tenho de me despedir da minha amiga por muito mais que quisesse
com ela falar – Que tenhas o resto de boa noite.
E fui direito para a fonte deste chamamento. Era difícil de
perceber mas sentia que o desconforto passou a uma picada constante como a de
um espinhaço na carne! O bosque começou a parecer-me algo estranho… Enquanto
progredia a parca luz ia diminuindo! Até que a escuridão se abateu por
completo!
- Mostrai-vos criatura! Pois nenhum homem é capaz de
realizar algo deste género! – Realmente era preciso ser-se forte para conseguir
enfeitiçar uma parte do bosque! E nenhum homem comum o seria! Apenas um riso
fantasmagórico! Essa foi a resposta que obtive e tal resposta fez com que a
raiva brota-se tal como um tsunami embate na terra. Uivos de pura raiva
infestaram a escuridão e um feitiço de purga foi exalado. As trevas não
resistiram e desvaneceram-se! E as formas de uma mulher foram tomadas a minha
frente.
Os seus cabelos eram negros como o crude! A sua pele parecia
um floco de neve mas a sua cara era imperceptível por baixo de um trapo de seda
carmim qualquer! Ela tinha curvas esbeltas e toda ela atlética! Via-se que não
era normal, e ainda mais a sua aura! Era uma aura de malícia pura! Não era bom
sinal, não mesmo!
- Até que enfim que te encontro Vladimor Iorganov! –
Ela conhece-me? Como assim? – Andei a tua procura… e agora sei que és mesmo tu
quem andava por estes bosques! – Andou a minha procura… mas porquê? – Incrível
a Dama deste bosque gostar tanto de ti, de um assassino! Mas isso não tem mal,
pois…
- Onde está a STRATIS???
- Ui…até sabes o nome dela. – Começámos a andar em
círculos a procura de uma forma de ganhar vantagem um sobre o outro… ela
parecia saber combater e o seu cheiro, agora conseguia distingui-lo, mas não
reconhecê-lo… - Parece que te andaste a divertir sem mim, mas não tem problema…
Em breve conhecerás o teu verdadeiro destino!
Afinal não estava a preparar-se para uma luta mas sim para
uma fuga! E assim começou a perseguição pelo bosque semi-nocturno!
Ela era rápida como um gamo! E esquiva como um rato! – Sabes
o que te vai acontecer quando te apanhar não sabes sua bruxa?
- Não me confundas com tais criaturas seu lobo sedento!
– Com o fim destas palavras ela parou! Numa clareira… Sem árvores e sem pedras.
- Não vais continuar a fugir? – O meu escárnio era
apenas a resolução de algo simples que estaria para acontecer. Retirar
informação com base na dor e temor!
- Porque havia eu de fugir de mim? – Como assim? Fugir
de mim?
E assim sibilou um dardo escuro que me retirou a visão… mas
como?
- Porque haveria eu de fugir de uma parte de mim que me
escorraçou? Seu cachorrinho… Não! Vou mostrar-te apenas aquilo que quero que
saibas e depois logo se verá!
Senti a minha cabeça a girar e o meu corpo a sucumbir! E na
inconsciência de uma ilusão entrei.
Petrov e eu estávamos debaixo de uma árvore. Estava a
treinar o último feitiço! O feitiço do livro branco! Petrov observava! E
enquanto tal estava a acontecer, outro rito estava a acontecer. Eram somente
cores que existiam e de alegres nada tinham! Uma enorme Raiva e Terror
tinham-se escapado e os céus mudaram a sua cor! O meu corpo ficou possesso das
cores e o feitiço tinha acabado. As cores que possuíram o corpo escaparam-se e
possuíram uma mulher de pele branca e cabelos negros que estava aos portões. As
cores que a foram possuir eram já parecidas com as dela. E ambas se fundiram
num feixe negro como o azeviche!
- Agora ouve-me bem Vladimor! Vou fazer aquilo que a
mim foi feito! Vou colher todos aqueles que te são especiais! A tua Stratis
será a segunda, visto que Petrov esteve na linha da frente! Só depois de te
endoidecer e de fazer com que a solidão seja parte de ti e quando vires que a
morte será o melhor remédio, aí serás aquilo que eu quero que sejas!
E as luzes apagaram-se enquanto o Sol nascia.
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