Inverness Season - Ep 31, Carmen

Carmen observava o nascer do dia, com os seus primeiros raios de sol e sentia que a manhã começaria com uma manhã má. A nostalgia e a revolta faziam-na desejar ser como Sheftu ou Samantha e aceitar de uma vez por todas quem era. O que mais estaria para vir?

“Mad House” by Carmen Montenegro


Com a noite veio a madrugada e, com ela, os primeiros raios de sol a reboque. Eu tinha-me afastado da cama, estava junto à janela fumada e observava o brilho que adivinhava o nascer do sol, com todo o seu esplendor. Mas, havia algo diferente naquele nascer do sol, segundo o meu pai – homem sábio e ligado a natureza - o sol nascia todos os dias de maneira diferente: ele sabia perfeitamente quando um dia seria bom ou mau e, aquela manhã, em Inverness tinha todos os indícios de ser uma manhã má.
- Lembro-me de quando te vi pela primeira vez…- Disse Dean, que entretanto tinha acordado e gasto o seu tempo a observar-me enquanto divagava. - Estavas a fazer exactamente isso, a olhar para o vazio… O que procuras?
Bela pergunta. O que procurava eu, Carmen Montenegro? Nem eu sabia, o que procurava. A prova é que estava ali, especada à frente de uma janela fumada a observar o nascer do sol, sem nunca deixar de sentir nostalgia, inveja por não poder caminhar sob o seu brilho. Porquê? Porquê que eu não podia ser como Sheftu, que aceitava quem era e abraçava o seu ser a totalidade ou como Samantha que, como mecanismo de defesa, esquecera quem era e vivia o que era neste momento! Porquê que eu era diferente? Porque estava ligada à minha condição humana, invejava os humanos e neste momento, estava apaixonada por um?
A resposta a todas estas minhas perguntas veio mas, antes sequer de ponderar, foi-se embora quando senti as mãos quentes de Dean ao redor da minha cintura.
- Devias ir-te embora. Já amanheceu e, não tarda, darão por ti... – O seu aperto afrouxou um bocado ao saber que o queria longe.  
- Tu não queres que eu vá.
- Eu estou a falar a sério. – Disse eu friamente. Afastei-me daquelas mãos quentes, e agarrei nas suas roupas caídas pelo chão do meu quarto, coloquei-as em cima da cama. - Tens de ir. Se um dos outros dá por ti…
- O problema, são os outros ou o Eric? – Ignorei por completo e ele viu que não tinha tido piada. - Sim, sim eu sei que se não sair daqui… Estou morto.
- Ainda bem que sabes.         
- Bom… – Dean suspirou. – Quem disse que planeio viver para sempre?
- Não brinques. Veste-te. – Atirei-lhe a camisa. Aquela sua frase atingiu-me com força. Fiquei a observar Dean, enquanto apertava as calças para a seguir sentar-se e apanhar as botas do chão. “Quem disse que planeio viver para sempre?” – O que queres dizer com isso?
- Com o quê?
Não planeio viver para sempre?
Dean parou a meio de um nó de uma bota, sorriu de modo malandro… Demorou um bocado até responder-me mas, quando o fez vi no seu olhar um brilho especial.
- O que queria dizer era, que com tanta experiencia perto da morte que eu já tive, supostamente nem deveria aqui estar mas, continuo por estas andanças. Cá para mim é uma maneira do destino avisar-me de que o meu prazo de validade está perto do fim… – Naquele momento vi o brilho especial que se formou por segundos, algo malicioso, como se Dean tivesse um plano em mente enquanto soltava aquelas palavras sem substância. Oh, porque é que eu também não lia mentes, de vez em quando? – Oh esquece isso… Era uma piada. Passas-me o meu casaco? Preciso de telefonar ao Frankie.
- Onde está o casaco?
- Está na casa de banho…
Revirei os olhos e encaminhei-me para a casa de banho, vi o seu casaco pendurado no biombo. Não hesitei, aproximei-me e o seu cheiro impregnou o meu olfacto: terra molhada, árvores, floresta. Havia melhor? Aproximei o meu nariz do cabedal e cheirei aquele aroma, guardando-o na minha memória olfactiva. Tirei o casaco do biombo – num acto de romantismo total. Lembrei-me que era algo que fazia em humana, com o meu noivo. Vesti o seu casaco. Ficava-me grande, era leve e super bem construído num castanho-escuro com a gola e os punhos em algodão grosso. Tinha quatro bolsos, dois nos lados e dois no peito; Para curiosidade coloquei a mão dentro do bolso direito e retirei algo que me surpreendeu.
- Dean? – Chamei-o enquanto andava até ao quarto.
- Humm…? – Ele voltou-se com curiosidade e eu retirei o objecto quadrado, de metal e tampa preta do seu bolso; Assim que o viu Dean parou o seu gesto, aproximou-se de mim e tomou a garrafa entre dedos. – Comecei aos 16, 17 anos talvez. E sim, usei como meio para afogar as mágoas e fazer luto pelos meus pais…
Fiquei sem saber o que dizer perante aquela revelação. Dean tinha-se afogado na bebida por minha culpa, eu era a verdadeira criadora daquele vício humano.
- Lamento, tudo o que te fiz passar, Dean. Lamento mesmo…
- Esquece isso, vá. Dá-me isso… – Arrebatou-me a garrafa das mãos, abriu a janela, retirou a tampa e virou a garrafa e o líquido caiu como mandava a gravidade. Voltou a fechar a janela, recolocou a tampa e guardou a garrafa no bolso do casaco que eu ainda trazia vestido. - Pronto. O whisky foi pela janela fora, podemos mudar de assunto?
O mal-estar ainda não me tinha passado e, provavelmente, era mais do que óbvio na minha cara. Retirei o casaco e entreguei-o a Dean.
- Vou ver se a costa está livre para podres sair. Liga ao Frankie entretanto. – Avancei para a porta, rodei a maçaneta e saí do quarto deixando-o só.

Afastei-me dela com rapidez, desci as escadas, uma atrás das outras. Bom, Samantha estaria no seu quarto. Eric…bem, esse desde da última discussão nunca mais dera sinal de vida. Sheftu estaria enfiada no seu quarto. Lawrence, provavelmente na biblioteca e, quanto a Vladimor… Bem, ele andava na floresta! Lembrei-me imediatamente do que me dissera na noite anterior, que sabia muito bem quando uma mulher tinha os seus desejos realizados… Mas, quem era esta personagem? Nem era tarde nem cedo, iria descobrir mesmo ali, depois de Dean ir-se embora.
Não sentia ninguém por perto, nem no jardim ou na cozinha, portanto ele poderia passar sem levantar quaisquer suspeitas. Ia voltar para cima quando algo fez-me parar: há movimento lá fora, vozes, passos, corações acelerados e nervosismo. Cochichos, mãos trémulas e tudo feito sob uma fina camada de medo tipicamente humano. Senti-os aproximarem-se da porta, passo atrás de passo até que ficaram ali, num jogo para ver quem tocava a campainha. Finalmente, ouviu-se um toque leve e meio nervoso. Primeiramente, não respondi, nem me mexi, o que estariam humanos aqui a fazer? E… Que cheiro a fruta era aquele?
Aproximei-me da porta, rodei a maçaneta e abri-a, à minha frente encontravam-se quatro indivíduos de cabelo escuro, olhos negros e barba rixa: Homens feitos mas, que naquele momento tremiam perante a minha presença. Reconheci o cheiro a fruta de um cesto colorido que um deles trazia por um braço.
- Bom Dia. Nós viemos trazer-lhe isto… Carmen observava o nascer do dia, com os seus primeiros raios de sol e sentia que a manhã começaria com uma manhã má. A nostalgia e a revolta faziam-na desejar ser como Sheftu ou Samantha e aceitar de uma vez por todas quem era. O que mais estaria para vir?
- Um deles, todo cheio de tremores e olhar assustado, estendeu-me o cesto cheio de frutas tropicais. Como raio tinham eles arranjando aquilo? Aquelas frutas estavam fora de época e, com toda a certeza, não cresciam em terras Escocesas. Estranho… – Sabemos que não são humanos…
- Já temos alguma convivência com seres… – O mais gordo e mais aterrorizado, engoliu em seco e trocou olhares com os restantes. – Sobrenaturais.
- E, queremos oferecer-lhe este presente como presente de boas vindas. – Disse o primeiro. Este reparei eu, tinha uma crista azul e um piercing no sobrolho, e, parecia estar estranhamente À vontade com a minha presença. – E também como…
Silêncio por segundos, em que todos trocavam olhares.
- Como pedido de misericórdia. – Continuou o mais baixo deles.
- Para que nos deixem em paz e…não nos ataquem…por favor…
Eu observei cada um deles com curiosidade; era a primeira vez que alguém pedia misericórdia, antes sequer de ter feito qualquer coisa, e oferecia um presente de boas vindas. Não deixei de achar engraçado. 
Cruzei os braços e tentei esconder o meu ar divertido.
- Esperem… – Cravei os olhos naquele que trazia as frutas, senti-o a encolher. – Vocês, humanos, trouxeram a nós, vampiros, um cesto cheio de frutas como oferenda? Têm a certeza de que a oferenda aqui, não são vocês?
Os quatro trocaram olhares assustados. Idiotas! Ninguém vai a uma casa de vampiros com um cesto de frutas como oferenda! Felizmente, eles chegaram lá por si mesmos…
- Eu sabia que isto era uma ideia idiota. – Disse o primeiro para o mais gordo.
- Muito. – Concordei eu.
- Nós vamos embora.
- Bem pensado.
E, tão rapidamente como tinham aparecido, desataram a correr atropelando-se uns aos outros feito baratas tontas. Não hesitei sorrir perante a idiotice humana que, por vezes, ainda espantava. Ia voltar para dentro quando, algo apanha a minha atenção, não era barulho…era silêncio. Silêncio mortal. Um tipo de silêncio que não era igual ao dos vampiros, ou dos lobisomens – devido a falta de batimentos cardíacos. Era o equivalente a ter os ouvidos entupidos quando alguém assim aparecia. Seja quem for, esse alguém estava morto. Morto por dentro e por fora mas, que ainda conseguia mover-se. Alguém condenado, com a maldade a correr nas veias.
Olhei para as árvores, tentando captar movimento, agarrei-me à ombreira enquanto afincava o meu olhar por entre os troncos, tentando captar aquele silêncio mortal. Conseguia sentir a mover-se por entre as árvores e foi então que vi. Foi fugaz mas, o suficiente para desencadear uma corrida desenfreada… Vi o que parecia ser uma mulher de vestido branco e cabelos negros a passar atrás de uma grande árvore, a sua passagem foi rápida mas, o olhar que me mandou fora gélido tal como o seu ser. Eu seguia-a com rapidez, saltei por cima da grade que rodeava a casa, caído com agilidade. Continuei a correr, seguindo aquele especial silêncio por entre as árvores. A tal mulher era rápida, a poucos passos perdi-a. Ainda a perscrutei o local com afinco tentando captar a sua essência mas, ela tinha desaparecido por completo. Raios! Quem era ela?
Voltei sobre mim mesma e dei de caras com Vladimor, ele tinha um ar tão ou mais alarmado que o meu. 
- Também a viste, certo?
- Sim.
- Quem é?
- Não sei. – Agachou-se e apanhou um bocado de terra. – Mas, move-se depressa. Começou por aqui a deambular ontem à noite, tentei apanha-la mas, foge-me sempre.
Ajeitei o cabelo num gesto de desconforto. Olhei para o horizonte, os primeiros raios da manhã começavam a fazer-se notar e, cada vez mais tinha a certeza de que aquele dia iria ser estranho.
- Vamos para a mansão.
Girei sobre mim mesma, e recomecei a marcha a passo normal de volta à mansão. Vladimor seguia atrás de mim silencioso.
- Ouvi dizer que a casa, é tua agora. – Eu parei e voltei-me para aquele lobo. Antes mesmo de perguntar já ele respondia. – Falei com o Lawrence. Grande cavalheiro.
- Okay, tu e eu temos uma conversa adiada. Quero saber quem tu és, cachorrinho!
Ele suspirou e a seguir encolheu os ombros.
 - Vou ignorar o facto de me teres chamado cão porque, confesso, gosto de ti e és a minha única aliada naquela mansão. – Girou sobre si mesmo e começou uma caminhada na direcção contrária. – E se tens dúvidas acerca do que sou: Sou um Lobisomem.
- Engraçadinho! – Exclamei cruzando os braços continuando parada. - Ora, Vladimor eu ainda não sei nada sobre ti…
- Isto tem a ver com aquilo que disse ontem? – Perguntou-me ele curioso, voltando-se para trás com aquele sorriso simpático e energia positiva. Afoito mas, sempre cortês. – O facto de saber muito bem o que andaste a fazer e com quem…
Eu mordi um lábio; Como raio sabia ele daquelas coisas?
- Talvez… – Ele riu-se novamente divertido com tudo aquilo. – Vais, responder-me?
Passou pela cara dele uma sombra que mudou a sua expressão, para logo depois mudar para o sorriso de há segundos. Olhou para longe e apontou.
- Penso que vem aí gente para te ver.
Olhei para onde ele apontava e vi um jipe verde meio a cair aos bocados que vinha lá ao fundo. Reconheci o homem que ia a conduzir e vi que era Frankie. Quando me voltei para Vladimor já ele tinha desaparecido mas, sabia que estava por ali.
- Não me escapas, lobo.

Voltei a entrar pela mansão adentro, subi as escadas, aproximava-me do meu quarto quando senti Sheftu por perto. Andei mais depressa a tempo de ver o seu cabelo loiro a desaparecer corredor fora e a porta do meu quarto fechar-se; Quando entrei, Dean estava a janela, quando viu que entrara sorriu-me apaixonado.
- A Sheftu esteve aqui?
- Não. – Respondeu ele naturalmente. – Porquê?
- Penso que a vi no corredor.
- Não esteve aqui ninguém, Carmen.
Aquela resposta teve um tom meio que disfarçado, o seu coração batia com alguma rapidez, os braços cruzados ao peito e, reparei que se voltara para a janela quando não desviei o olhar. Sinais de mentira. Fingi que não notara.
- Okay. – Disse eu confusa. Fechei a porta atrás de mim e encostei-me. – Estás vestido?
- Para meu mal, sim… – Voltou-se para mim. – Bem me apetecia aqui ficar…
- Não depende de mim.
Ele avançou uns passos e eu encostei-me mais a parede.
- Depende, sim! Não percebo de onde veio este medo repentino por mim? Esqueces-te que venho de uma família de caçadores e não tenho medo de nenhum deles?
- Não é isso…
- Tens vergonha? – Aquela pergunta apanhou-me como um soco no estômago. – É por isso? Achas que vais ser excluída ou reprimida pelo que sentes por mim? Dean, um mero mortal?
Não sabia o que responder. Poderia ser interpretado dessa maneira, é certo: Eu, Carmen com vergonha do que sentia por um humano! Faz sentido, até conseguia visualizar Eric ou Sheftu a apontarem-me o dedo chamando-me de idiota, acusando-me de ser uma vergonha para toda existência vampírica. Apaixonada por um humano, tentando viver pelos seus olhos aquilo que não sou. Amando-o fazia de mim humana. Seria isto? Ou simplesmente, queria protegê-lo e afastá-lo o mais possível deste mundo ao contrário, faze-lo esquecer ao máximo que vampiros, lobisomens, bruxas e outras coisas existem: querendo que ele apenas ficasse assim, humano e meu. 
Olhei para ele e reparei que ainda esperava uma resposta com um ar agonizante. Suspirei, voltei-me para a porta e rodei a maçaneta.
- Vamos aproveitar enquanto os corredores estão vazios.

Saímos do meu quarto, descemos as escadas e saímos mesmo na altura em que o jipe de Frankie parava na entrada com o seu motor ruidoso. Continuava bonito e, quando saiu do carro não evitou em piscar-me o olho.
- Frankie.
- Carmen! Bem, te disse que tínhamos algo em comum… – Aproximou-se do primo e tocou-lhe no braço num gesto de afinidade. – Como foi a noite?
- Frank… – Censurou-o Dean.
- Foi só uma pergunta. – Cruzou os braços. – Pronto, cheguei… Que me querias falar?
- Aqui não. – Respondeu Dean prontamente. – Quando chegarmos ao motel eu explico.
O meu sexto sentido apuradíssimo apanhara logo qualquer coisa no ar.
- O que se passa? – Perguntei.
Os dois trocaram olhares, até que Dean abre um sorriso fantástico naqueles lábios carnudos.
- Nada. Coisa de homem.
Haveria pior frase? Haveria pior argumento para uma mulher – vampira – desconfiada? NÃO! Naquele momento em que aquela frase idiota sairá da boca do meu querido humano, sabia que algo acontecia. O meu sexto sentido não falhava e naquele momento berrava na minha cabeça.
- Despede-te, primo. A alvorada aproxima-se e a tua querida, não pode apanhar bronze… – Gozou Frankie.
Nem aquela tirada humorística, tipicamente sulista aliviara o meu mau pressentir. Frankie, recuou até ao carro deixando-me com o seu primo, a quem eu observara com atenção. Dean, assim que o primo se afastou, avançou uns quantos passos e eu ergui os olhos para a sua beleza humana.
- Estamos bem? – Perguntou ele, estendendo a mão e tocando levemente nas madeixas, que voavam com a leve brisa da madrugada. Não respondi. – Não te culpes, minha querida. Isto é tudo passado e há que lidar com o que estamos a viver agora. Não me digas que lamentas, Carmen. Eu já sei, e a última coisa que quero é que carregas a culpa da morte dos meus pais para a eternidade. Eu perdoo-te… Tu deverias fazer o mesmo.
Olhei para ele, admirada com a sua gentileza e com todo o carinho que me mostrava. A sua mão percorreu a minha face, fechei os olhos perante aquele gesto amoroso. Senti-o a avançar uns quantos passos até mim e, quando pensei que ele me fosse beijar, Dean agarra-me pelas pernas e levanta-me no ar. Não hesitei soltar uma risada contente, admirada pela força com que me segurava pelas coxas. Eliminei a distância entre as nossas caras e envolvi-o num beijo apaixonado, como tantos outros. Um beijo que fez tremer toda a minha existência, os lábios eram perfeitos, carnudos, rosados; a língua quente e precisa, sem se forçar muito; a sua respiração excitava-me sempre que ia ao encontro dos meus lábios, num sopro leve e momentâneo; a maneira como sugava os meus lábios a cada oportunidade e, como adorava acabar com um grande beijo sedutor que me tirava o ar, a razão, o sentimento, tudo e mais alguma coisa.
Fiquei parada quando os seus lábios deixaram os meus apreciando o seu gosto, demorei a voltar à terra, mesmo depois de senti-la sob os meus pés quando Dean me deixou no chão. Encarei o seu olhar e fui de tal modo abalada que perdi a noção do tempo nos seus olhos verdes.
Frankie no carro apitou, também avisando-me para os raios de sol que se aproximavam. Dei um último beijo ao meu humano apaixonado e corri para dentro de casa. Esperei até ver o jipe barulhento desaparecer com uma nuvem de poeira atrás; Girei sobre mim mesma para voltar a casa, quando noto numa figura ao longe. Espreitando por entre as árvores, por momentos pensei tratar-se da mesma criatura de há bocado mas, este era diferente: Estava vestido de preto, careca e estático a olhar para mim. Senti um arrepio percorrer-me o corpo sob o seu olhar gélido e, antes mesmo desse arrepio passar, já ele tinha desaparecido tão agilmente como tinha-se mostrado.
Definitivamente, aquele dia não iria correr bem; Já eu o sabia, e nem o sol se mostrava completo no horizonte. 

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