Inverness Season - Ep 25, Trish

A melancolia parecia pernoitar no corpo de Trish, haveria algo que pudesse ajudá-la a voltar ao seu habitual estado de espírito? Certamente um covil de vampiros poderia animá-la… Será que se tornaria a sua cura para todo o abatimento?

“Vampire's Nest” by Trish Rayven


A noite acabou para mim. É impressionante como a sorte de repente ganha vida própria e decide afastar-se, nem que seja só por umas horas.
Saí do bar e ao caminhar em passos vagarosos para o motel onde estava hospedada, apercebi-me que a melancolia começava a tomar conta dos meus pensamentos. Começava a questionar-me seriamente se seria competente o suficiente para aquele trabalho. Visto que, para além de em duas semanas ainda não ter capturado nenhuma alma impura, também continuava sem saber nada do tal casalinho que vi na minha visão. Agora, esperava aterrorizada uma nova visita de Colin, para que ele me pusesse as mãos na nuca e me torturasse com aquelas visões, que faziam o meu crânio arder. Segundo, me lembro da última fez que nos encontra-mos ele referiu bem:
- “ A dor é a melhor forma de persuasão”.
Apesar da nossa relação ser muito melhor do que, quando nos conhece-mos, ele diz que há ordens superiores que não pode questionar.
Entrei no edifício principal do motel, e fui de encontro a um homem com pinta de machão e por sinal bastante atraente. Deixei cair o meu livro de poções no chão, que ele apanhou. Enquanto me entregava o livro visualizava a capa dourada com o sobrolho levantado. Não podia deixar que um humano descobrisse o que eu era, por isso arranquei-lhe o livro das mãos e murmurei um azedo:
- Obrigado.
Abri a porta do quarto e atirei o meu corpo dorido para cima da cama.
- Já não basta ter azar no trabalho, quanto mais ser agora descoberta por um humano.
Este episódio, fez-me lembrar a minha antiga professora que apesar de ser uma humana conseguiu chegar a um nível tão avançado de feitiçaria. O seu diário e a chave do alçapão eram as únicas coisas que me restavam dela. Esta memória iluminou-me e a ideia de que o diário poderia conter alguma informação útil inundou a minha cabeça.
Ao folhear o diário, encontrei a morada de um covil de vampiros aqui mesmo na Escócia. A ideia de voltar à acção e arrancar a alma do peito daquele homem, fazia o meu sangue ferver de hesitação. Apesar de nunca ter tido qualquer tipo de contacto com nenhum vampiro, eu sabia muito bem que era uma loucura atacar o covil durante a noite, por isso tentei-me acalmar e pensar num plano.
Os primeiros raios de sol bateram na janela, e eu ainda não tinha dormido nada. Mas isso não interessava sentia-me com forças suficientes para reduzir a pó qualquer vampiro que se atravessa-se à minha frente.
Descobri que este covil ficava numa antiga fábrica de parafusos, que parecia abandonada. Entrei pelas traseiras e senti logo o cheiro de sangue podre. Dentro de uma divisão com máquinas e passadeiras rolantes que outrora, produziam milhares de parafusos, encontrava-se uma série de camas alinhadas onde dormiam seres que apesar de terem forma humana, eram assassinos sanguinários que tinham um único objectivo, alimentarem-se. Como eram bastantes, era impossível lutar com todos ao mesmo tempo, por isso o meu plano era descobrir algo de interessante e sair dali o mais rápido possível. Dirigi-me ao escritório da fábrica sem fazer o mínimo de barulho e comecei a vasculhar tudo à minha volta. Até que um armário cravejado de rubis chamou-me à atenção. Abri as portas do armário e nesse mesmo momento um suor frio percorreu a minha espinha. O som das portas a rangerem acordou um vampiro que dormia dentro do armário. Ridículo.
O vampiro mostrou instantaneamente os caninos e soltou um grito que ecoou por toda a fábrica.
- Sangue fresco.
Antes de conseguir sair daquele sitia o vampiro agarrou-me o braço, arrependendo-se seguidamente, pois a mão deste ao sentir o calor que surgia da minha pele caiu. Conforme ia abrindo caminho em direcção à porta, começava a sentir que não conseguiria sair dali. Apesar de estar completamente inflamada os vampiros rodearam-me numa parede e preparavam-se para me transformar numa refeição, mesmo eu já estando morta. Lembrei-me que com era madrugada o sol estaria a brilhar lá fora, por isso queimaria aquela escumalha até à morte. Fiz um buraco na parede, provocando logo uma reacção nos primeiros vampiros que me encostavam à parede. Aquele buraco de chamas rapidamente se propagou incendiando a fábrica inteira. Os vampiros que não eram chamuscados pelas chamas, tinham uma morte longa e dolorosa oferecida pelo sol.
Os incêndios começavam a ser uma coisa usual em mim, o que me perturbava um bocado.
Desiludida, com o resultado da pesquisa voltei ao motel. Gastei tanta energia para nada.
A verdade é que nunca deveria ter saído daquele motel.

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