Inverness Season - Ep 22, Sheftu
Algo mudara por completo naquela vampira loira milenar que pensara que a sua eternidade seria a sua mais derradeira condenação. Eric sabia que a tinha trazido da inexistência mas, a que preço teriam eles de pagar? Era uma loucura, deixar que tudo rapidamente mudasse. Seria justo arriscar?
“Insanity” by Sheftu Nubia
Meus passos se faziam levar pela mão que amparava a minha,
deixando-me completamente afundada nos pensamentos que se faziam crescer em
mim. Poderia chamar loucura a tudo isto que agora sinto, mas a realidade é que
já vivi coisas bem piores, principalmente quando ainda tinha humanidade em mim.
Necessitava de saber o que era tudo isto, todas as mudanças
me causavam total tortura. Fossem extintas estas novas horas, pudesse voltar ao
meu mundo vazio e permanecer em paz. Conseguia sentir em mim que algo estava errado,
não sabia nada mais, apenas sentia minha morte a mudar e não fazia qualquer
ideia do que se passava.
Os sentimentos que começavam a voltar das cinzas pareciam
enlouquecer-me, como se quisessem vingar-se de todos estes séculos de completo
abandono. E talvez seria isso que acabaria por acontecer: tornar-me
completamente louca.
Minha mente focou novamente a mansão em que nós vivíamos,
seguindo-se dos ombros daquele que me guiava para lá. A sua pulsação parecia
música para mim, fazendo com que a minha mente simplesmente se esfumasse num
enorme desejo de sentir-me novamente em paz.
Não demoramos muito a chegar ao meu novo quarto, abri a
janela e senti os raios do sol a aquecer-me a pele, fechei simplesmente os
olhos e deixei-me ir ao encontro daquilo que um dia já fui... Cruzei os braços
e respirei fundo, captando a natureza, sentindo o odor do seu corpo que não
estaria muito longe.
- Tens que me contar o que aconteceu contigo. – Ouvi a sua
voz ao meu ouvido enquanto a sua respiração batia sobre a minha pele, todo o
meu corpo sentiu essa reacção, fazendo com que me virasse e o encarasse.
- Não sei. – Desabafei sem grande vontade, suas mãos
apoiaram meus ombros e me ampararam em seu peito. Apenas me deixei ficar,
sentindo o movimento que a sua respiração provocava, sem palavras, sem nada
além de permanecer ali.
- Por vezes acho que nunca deveria ter feito o que fiz. –
Suspirou, segurando-me com mais força ao ver que tentava afastar-me para o
encarar.
- Talvez não o deverias ter feito. – Concordei.
- Mas assim não seria possível estar aqui, agora. Era a tua
vida que estava em jogo e eu não consegui pensar, talvez nunca o consiga...
- Pois, mas eu já não tenho vida há muito tempo... A minha
morte me apanhou muito antes de teres sequer nascido. Por isso não tens nada a
temer.
- Não fazes a mínima ideia do quanto me custou saber que
podia ser o teu fim.
- Certo. Mas calculo como será, tendo esperança que nunca o
viva. – Respondi, livrando-me dos seus braços e apoiando-me na parede, fechando
de novo os olhos e sentindo os raios de sol em mim. Seu corpo seguiu o meu e
colocou-se a meu lado, eu podia ouvir o seu batimento regular, sentir a sua mão
que se apoiava em meu braço, tendo assim certeza de que eu permanecia aqui. –
Sabes quais as consequências disto, não sabes? – Perguntei incerta.
- Talvez não me importe minimamente com consequências desde
que existam sempre horas como estas. – Respondeu-me serenamente, com o seu tom
mais celestial possível. Seria um anjo? Poderia ser, e estaria compactuando com
o diabo... Caso se falasse por esses termos. – O que me importa é que estejas a
salvo.
- Que eu saiba nunca estive a salvo, e agora ainda menos
pois nem sei o que se passa comigo. Foste tu que me fizeste isto, não foste? –
Perguntei com suavidade, não era uma condenação, já não o poderia condenar por
mais que pudesse algum dia o desejar. Era um facto, que ultimamente se
intensifica.
- Eu sei disso. Será certamente o que mais temo, não sei
quais as alterações que continuarás a sofrer, culpo-me por isso a cada nova
descoberta. – Respirou fundo, largando a minha mão, entrando para o quarto.
- Sabes que há muitas outras coisas que estão a mudar... E
talvez sejam para melhor, não sei ao certo...
Um enorme silêncio foi toda a resposta que tive. O tempo
começava a escurecer, a noite caía sem que eu desse grande conta, minha mente
apenas estava focada numa coisa... Habitual melodia para os meus ouvidos,
aquele batimento que estava completamente regular, talvez estivesse a dormir.
Voltei para dentro e as minhas suspeitas confirmaram-se, decidi tomar um banho
relaxante, talvez me pudesse ajudar a aclarear a mente e a deixar-me vazia por
dentro...
Estava a entrar pela primeira vez na casa de banho e fiquei
maravilhada com cada detalhe: as paredes tinham o seu tom meio acinzentado, via
nelas tempestades e catástrofes da natureza apenas através das cores. Em minha
frente havia um biombo azul-escuro com ornamentos dourados, como se o próprio
sol se fizesse esperar por mim, dei mais uns passos para o interior, era um
espaço amplo e pouco apetrechado de coisas, sentia-se a liberdade de um bom
momento que poderia passar por aqui.
Observei meus traços num espelho entre as duas janelas,
minhas mãos subiram para que alcançassem aquela que via pelo espelho. Sua pele
dourada fazia contraste com o fundo da imagem, seus olhos eram o ponto fulcral.
O azul era algo que predominava até no quarto, entre as suas paredes douradas,
que me faziam relembrar um local à muito abandonado...
A casa de banho não era muito iluminada, o que dava
perfeitamente para que pudesse sentir-me...humana. Fixei aquela que via no
espelho, perguntando-me de onde teria surgido tal desejo.
Aproximei-me da banheira e liguei a água quente. Senti uma
enorme vontade de voltar ao quarto, dirigindo-me assim à cama e sentando-me
vagarosamente sobre o colchão. Seus olhos permaneciam fechados, notava-se um
pequeno sorriso no rosto, sua mão amparava a sua bochecha e todo o seu corpo
permanecia imóvel, apenas com um pequeno movimento do seu peito, ao tom que a
sua respiração ditava.
Minha própria mente se fixou em cada momento em que o
observava, toquei subtilmente na sua face, tentando não o acordar. Poderia
dizer que se faziam centenas de anos desde a última vez que observei alguém,
que me importei com outra pessoa além de mim mesma.
Despedi-me rapidamente com um beijo suave sobre os seus
lábios, seu descanso era merecido pois tanto era o trabalho que tinha para
comigo. Suas forças nunca ceçaram, sempre desejou e fê-lo até ao fim.
Recordo-me da pequena criança que era quando o encontrei, da sua vitalidade e
vulnerabilidade de antigamente. Agora não, era um homem. Eric teve uma boa
educação, fez-se forte. Fico contente por ter escolhido bem a sua família,
talvez se tivesse escolhido o mesmo destino para Kiya, talvez não estaríamos
nesta situação.
Ergui-me de novo, voltando para o meu banho, extremamente
relaxada e com felicidade derramada pela minha face, bem o podia sentir. Meus
lábios se entreabriram enquanto tirava cada peça de roupa, entrando logo depois
suavemente na água que se fazia fervente, tal e qual como minha alma que vivia
agora cada momento com mais facilidade.
Submersa até aos meus ouvidos, deixei-me levar pela
temperatura que me acalmava, relaxando, acalmando, vivendo, sentindo,
brotando...
Abri meus olhos e observei tudo o que me rodeava, não era
como antes, não estava fora de mim mas sim apenas numa memória que me fazia
recordar outras épocas. O sol fazia-se quente, sentia a minha garganta seca,
necessitava de água, mas nada podia fazer senão permanecer a minha fuga pela
vida. Mas não era a minha vida que estava em jogo, não que ela me importasse
minimamente.
Observei com atenção o pequeno cobertor que segurava em
meus braços, aquela menina de pele um pouco mais clara que minha, dormia
suavemente sem saber sequer o que estava a acontecer com ela, sua paz quase que
conseguia deixar-me com mais forças, como se ela me fizesse correr mais rápido,
deixar os meus desejos puramente animais para trás e prosseguir em direcção à
liberdade.
Na minha mente permaneciam imagens da morte que minha mãe
tinha sofrido, seu corpo foi deixado sem cerimónias, temia que o maldito
tentasse vir buscar o fruto da sua maldição. Simplesmente abandonei tudo,
peguei na criança e corri, fugi, escapei.
Não faço a mínima ideia das horas que já passei sobre
este sol, nem imagino quanto tempo demorará para que encontre alguém que me
ajude.
Sinto em mim essa dor, desejo imensamente que tudo se
resolva e esta menina seja salva, era tudo aquilo que tinha da minha mãe, era
tudo o que me restava da família que tive. Sem ela, eu não sei quem sou nem sei
o que fiz.
Eu agora sabia o resultado de todo este esforço, de toda
esta dor que me causara. Mas as imagens permaneciam a voltar, a torturar-me, a
relembrar-me desta fuga que começou tudo o que agora sou.
Nem nos momentos em que baixo minha guarda estou livre da
tortura constante que teima em permanecer em mim, já não valia a pena
permanecer nesta água que se tornava agora impura. Minhas memórias a tinham
manchado de tristeza e melancolia. Não tenho nem liberdade nem possibilidade de
me deixar levar por tais sentimentos, sempre fui forte e segui em frente, não é
agora que me vou deixar levar pelo que já passou. Abri meus olhos e observei a
ombreira da porta.
- Estás aí há muito tempo? – Perguntei-lhe sem rodeios.
- Já há algum... – Respondeu-me aproximando-se mais um
pouco, via que o biombo tinha mudado de lugar, pelos vistos as minhas
recordações tinham feito muito mais do que me trazer velhos sentimentos. Não
poderia deixar que as minhas defesas fossem assim tão baixas, estar em alerta
era algo completamente necessário.
- Não eras tu que estavas a dormir? – Questionei com
curiosidade.
- A inicio até que era... Mas alguém se lembrou de me
acordar de uma forma bastante pelicular. – Constatou com o seu sorriso torto,
dando mais um passo em minha direcção.
- O que estás a fazer? – Indignada, ergui-me rapidamente,
tentando alcançar a toalha, sem grande sucesso.
- Queres isto? – Perguntou-me irónico, segurando a toalha
entre seus dedos.
- Eu não estou com disposição para brincadeiras, Eric. –
Afirmei, com a mão estendida para que me entregasse a toalha.
- Eu sei disso... Talvez até acho que me arranques a cabeça
fora caso continue com esta brincadeira. – Novamente, ironizou, saindo da casa
de banho e levando a toalha consigo.
Suspirei, voltei a suspirar e segui rumo ao quarto.
Inicialmente não o vi, mas eu sabia onde ele estava – lado direito, sentado na
poltrona perto da janela. Meus olhos captaram os dele, sua expressão
relembrava-me a de uma criança, sentia-se divertido com este jogo dele,
infantilidades próprias de um homem apenas com uns séculos de vida...
- És um pouco infantil, sabias? – Espicacei.
- Sei, e tu gostas disso...
- Infelizmente. – Desabafei num lamurio, sentando-me na cama
à espera que a toalha me fosse liberada.
Não iria ser assim tão simples, como já era de esperar, ele
não fazia qualquer intenção de ma dar. Até que se divertia com a sua forma
pouco adulta de tentar dizer o que se notava em todo o seu corpo. Sim,
desejava-me e me queria. A minha disposição é que não era nenhuma, e o bom
humor que tinha antes parecia ter-se esfumado tão rapidamente como veio.
Por alguma razão que desconhecia ele decidiu levantar e
aproximar-se, ficando sentado a meu lado, a segurar a minha mão. A princípio
mantive-me imóvel, sem sequer me dar ao trabalho de fitá-lo, mas nem eu mesma
tinha muito controlo de mim, por isso meu olhar voltou-se para o dele de novo.
Fiquei assim, calada, à espera que alguma palavra fosse dita ou algo fosse
feito.
O tempo congelou, Eric mantinha-se próximo dos meus lábios
mas nada mais do que isso. Seu olhar provocava-me, enquanto usava a sua
pulsação para marcar o território. Seus lábios entreabertos permaneciam
estagnados, pacientemente esperando, sorridentes e sábios. Ele sabia que eu
acabaria por ceder, tentava torturar-me ao ponto de eu mesma quebrar o meu mau
humor e deixar-me levar bem para longe do passado que me assombrava e abraçar o
presente que permanecia mesmo aqui, à minha espera.
- Vem, acho que me deves uma visita guiada à casa de banho.
– Respondi, levantando-me.
Sua boca fechou-se, criando um sorrisinho torto que tomou
rapidamente o meu, enquanto minhas mãos tratavam de rasgar a sua roupa, dando
pequenos passos para trás, empurrando aquele corpo vivo junto do meu morto,
provocando nele reacções desejáveis.
Enquanto navegávamos dentre beijos e carícias, dirigíamo-nos
até à banheira, com uma mão senti a temperatura da água que já não estava
quente como desejava. Afastei levemente o seu corpo do meu e despejei-a,
enchendo-a de novo. Senti o seu braço a cercar os meus, encostando seu corpo às
minhas costas e mordiscando o meu pescoço ao de leve, tentando prender-me sobre
as suas garras de amante divinal. Minha boca aproximou-se do seu braço e
mordeu-o com afinco, lambendo levemente o néctar da minha morte, sentindo mais
uma vez um pouco da sensação de fraqueza que geralmente me trazia. Poucos foram
esses segundos, seu braço me foi roubado, levando o meu corpo junto e
entregando-se à sua boca. Podia agora sentir sua saliva e seu cheiro
misturarem-se entre línguas vivas, beijos que não se faziam esperar pois as
horas nunca chegariam para que fossem completamente sentidos.
Fomos invadindo subtilmente a banheira, entre constantes
ataques de pirataria entre nossas peles que se descobriam vivas a cada novo
toque, sem pressas, sem lutas, sem qualquer glória. E o vapor emanava o seu
odor por toda parte, enquanto seus dedos permaneciam em movimentos circulares
em redor de sua boca deliciada, suspiros os meus que acabavam a composição com
fulgor, até que chegasse a minha hora, em que suas terras seriam a minha
delícia sobre estas águas manchadas de sangue.
Seu sorriso subiu novamente ao convés, esperando que os
papeis se desenrolassem, não era esta a hora de sede em que o sangue me atingia
a garganta e me chamava à morte, o desejo era contrário, era outro.
Não era a suavidade que nos unia. Tempestuosos desejos,
estes que teimam em queimar em nós, deixando nossa pele viva, livre, solta...
Respirações ofegantes, combustível perigoso que nos acelerava o corpo e a mente
que se entregavam totalmente um no outro, deixando que as horas deixassem de
existir, que momentos deixassem de ser nada além deste sentimento, desta luta
pela felicidade, desta agonia de verdadeira glória. Não era o nosso fim,
cavalgávamos urgentemente para o inicio de nós como um todo, sem nada além da
profundidade que nos cativava desde o corpo até à alma. Nossas vozes se
conseguiam ouvir em unidade, tal como nossos movimentos frenéticos de amor e
completa entrega ao que está destinado por nós mesmos. Arrebatadoras torturas
que teimamos em fincar em nós, desejos unidos em segundos, e todas as horas
fossem como esta, e serão a cada nova aurora que o nosso amor florescer. Porque
juntos começamos, juntos acabamos nossas sempre novas descobertas em peles
sempre vivas pelo desejo, paixão e amor que são só nossas.
Permanecemos deitados, com os corpos cobertos pela água,
deixando-nos ficar em silêncio simplesmente a sentir. Minha mente queria
encher-se de pensamentos, contradições, incertezas... Deixei que tudo
desistisse, até que a paz finalmente acalentou-me os pensamentos e apenas
desfrutava do momento, algo que já não fazia há muito, algo que parecia
precioso para mim.
- Posso perguntar-te algo? – Sussurrou-me ao ouvido,
provocando-me uma sensação conhecida por todo o meu corpo, limitei-me a acenar
a cabeça e prosseguiu. – O que passou pela cabeça de vossa excelência para
voltar a tocar no meu sangue?
Nada respondi. Fechei meus olhos e encostei a minha nuca,
agora estava a relaxar, não queria pensar nem falar sobre o assunto.
- Não dizes nada? – Perguntou-me após um longo silêncio, não
fazia qualquer intenção de responder. – Há quanto tempo é que não te alimentas
de sangue totalmente humano?
Tantas questões para nenhuma resposta, parecia estar
preocupado comigo, mas não havia nada com que se preocupar. Não sentia qualquer
necessidade de me alimentar, o que era um pouco estranho até, mas nada que
mereça tanta preocupação. Morrer. Minha carcaça já não morre, por isso creio que
não me vai matar. Não sinto vontade de andar a espetar os dentes em alguém e
criar mais uma vítima. Sentimento inoportuno, demasiado huma...
Minha mente foi bloqueada por um telefone que tocou na outra
sala, Eric também reparou pois foi de imediato atender.
- Sim, eu já aí vou. Até já.
- O que se passa? – Perguntei ainda na água.
- Nada com que tenhas de te preocupar. São coisas minhas,
depois se for relevante eu falo contigo... – Aproximou-se rapidamente de mim e
beijou levemente meus lábios, saindo de seguida.
Mais uma vez deixei-me ficar pelo silêncio, permanecendo
imóvel. Todo o meu corpo parecia estar em grandes mudanças, as quais eu nem
imaginava no que acabariam por se tornar. Talvez fossem os meus últimos dias,
ou então os meus primeiros desde há milénios. Posso dizer que descansar assim é
algo agradável e que raramente me aconteceu.
Permanecia agradavelmente relaxada, mesmo quando me vestia
com as roupas que estavam no armário. Umas calças escuras e uma camisola
branca, apanhei o meu cabelo e procurei pela escova... Abria gavetas, fui até à
casa de banho, mas nada. Talvez no quarto de Samantha houvesse uma escova, e
decidi então ir à procura. Como era de esperar, ela tinha tudo o que fosse útil
e inútil para o corpo, mas não demorei muito a encontrar finalmente a escova.
Enquanto voltava para o quarto, vi Carmen vestida com um
casaco comprido, meia atrapalhada, a sair para a noite. Sorri suavemente,
observando-a. Minha mente em outrora não entendia a razão pela qual era
obsessiva por se tornar humana, e agora aqui estou eu, a sentir certas
humanidades que já pensava completamente apagadas. Ela também me olhou, seguiu
o seu caminho e eu segui o meu.
Cheguei ao quarto e pousei a escova sobre a cama, arrastando
a poltrona para a varanda, aconchegando-me nela e observando a natureza que se
fazia rainha sobre o meu horizonte. A leveza que estava agora em mim era
incrível, sentia-me tão leve que até poderia adormecer durante décadas. Tão
calma, tão leve, tão humana, tão feliz...
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