Inverness Season - Epi 17, Sheftu
Algo no seu corpo estava a mudar e Sheftu sabia disso. Eric conseguia compreendê-lo também porém ela tentava continuar a esconder-lhe o que acontecia. Não confiava nele e, agora que ele lhe pedia coisas estranhas, as suas suspeitas pareciam aumentar. O que estava a acontecer?
“Reborn” by Sheftu
Meus olhos permaneciam fechados, mas eu sentia o seu olhar
cravado em mim, bem como seus braços que me abraçavam. Talvez, com o tempo,
pudesse ganhar coragem para me levantar e virar as costas, porém era com muita
dificuldade que tentava acreditar nisso. Não havia razões para que eu ficasse
aqui, mas por mais que o negasse, não podia ir e tornava-se cada vez mais
impossível fazê-lo.
Ele ergueu-se rapidamente, segurando-me e me ajudando a
levantar também. O seu olhar me dizia que os próximos passos seriam muito
rápidos, começando a vestir-se com rapidez e entregando-me uma peça da minha,
para que fizesse o mesmo, pedindo que permanecesse calada. Acedi ao seu pedido
e poucos segundos depois já estávamos a sair por uma janela, com passos bem
humanos pois a rua estava bastante movimentada e o dia já se começava a notar.
Mais uma vez segurou a minha mão ao descermos a escada de serviço, continuando
a caminhar com ela, como se não tivesse qualquer efeito para ele, sendo algo
normal.
Sim, era normal, absolutamente normal. Puxei a minha mão,
para que tentasse soltar-me da dele, o seu calor e o seu toque não me deixavam
nada além da sensação de o sentir. Necessitava de pensar, reflectir tudo isto
que teimava em acontecer.
- Não penses que me escapas, vais ficar assim comigo. - Para
variar, ao conseguir retirar a minha mão, apenas piorei a situação, fazendo-o
abraçar-se a mim. As suas palavras conseguiam ainda tornar isto tudo mais
repugnante e encantador ao mesmo tempo.
Agora dou por mim a sorrir com esta situação, ele me olhava
sorrindo também, talvez se pudesse tinha corado, mas ainda bem que tenho idade
suficiente para que não aconteça tal coisa.
Seu sorriso alargou ainda mais por um motivo pouco aparente
para mim. Havia certas coisas que não sabia, e que talvez nem realmente deveria
saber. Talvez o melhor fosse mesmo deixar tudo para mais tarde, conflitos,
lutas em mim, aflições... Um novo aprender, uma nova sensação que já deveria
ter vivido mas que nunca realmente me deixei, novidades que não me entram na
cabeça mas que já parecem estar cravadas em outro lugar...
- Chegamos. – Disse-me pegando na minha mão e afastando o
seu corpo do meu, o frio que me atravessou parecia tão humano, era
impressionante.
- Chegamos onde? – Perguntei, ainda sentia que parte de mim
tinha desaparecido com aquele calor, faltava o calor dele, conseguia sentir
falta disso e nem podia sequer negá-lo a mim mesma. Seria a minha perdição?
Certamente...
- Bem, o onde não importa... Vem cá. – Respondeu-me abrindo
o seu sorriso e puxando-me novamente para perto dele, abraçando-me de novo. Eu
o observava, não conseguia deixar de o ver assim, sempre o vira rígido –
tirando as vezes que estava com Carmen. Minha mente serrou os meus dentes e não
consegui segurar uma careta. – Passa-se algo?
- Não, não se passa nada... Então sempre me vais despachar
isto ou ficaremos aqui assim o dia todo? – Tentei desviar a conversa, não
queria nem sequer voltar a pensar no assunto de novo.
- Temos todo o tempo do mundo, não temos? Para quê a pressa?
– Sim, eu tinha conseguido mudar de tema, sorri alegremente pelo meu feito. –
Estás a sorrir tanto porquê? – Perguntou-me aproximando-se demasiado, voltando
o meu corpo de novo para perto do dele e fazendo-me recordar de uns momentos
anteriores naquele motel. Poderia crer que meu corpo se tinha arrepiado todo,
mas não tinha a certeza, meu olhar estava a delirar nos dele, não sabia nem
mais o que pensar a não ser aquele desejo que me teimava em tomar de
novo. – Está certo. Acabemos isto antes de voltarmos ao que ainda não
acabamos... Aliás, ainda nem começou...
Frisei o meu sobrolho com uma certa surpresa, não conseguia
pensar claramente, podia crer que na realidade nem tinha entendido nada do que
se tinha passado... Separou-se de mim e correu rapidamente, desaparecendo de
qualquer olhar humano, mais não do meu. Observei as redondezas para ter a
certeza que ninguém nos observava, aparentemente estava tudo calmo e corri,
corri, corri. Não havia sinal dele, poderia ter perdido o rasto dele, mas seu
coração me indicava que ele estava bastante próximo.
- Apanhei-te! – Disse entre gargalhadas, agarrando-me de
costas para ele.
- Que queres... Eu não gosto de surpresas... – Respondi
suavemente, fazendo-o largar-me e virar-me para que o fitasse. Aquele olhar
tirava-me do sério, oh god...
- Tu sabes tanto como eu que tu adoras surpresas... Desde
que sejam a tua cara. Vá, fecha os olhos e deixa-me pegar-te ao colo.
- Para quê? – Perguntei indignada.
- Ainda perguntas? Como posso fazer-te uma surpresa se não
me deixas fazê-la? Vá lá...
- Não.
- Tens a certeza? – Perguntou-me com um tom sereno mas cheio
de sensualidade, fazendo com que a minha curiosidade me matasse por segundos...
Seu sorriso meio torto alargou-se ao ver-me levantar a face e fita-lo, ele
sabia que já estava ganho.
- Pronto, faz lá o que quiseres... – Respondi num suspiro, o
que seria que me ia acontecer desta vez?
- Isso não vale, dás-me assim logo carta-branca para fazer
tudo o que me apetecer sem temer sequer o que possa passar pela minha cabeça
neste momento? – Sorriso maroto, mãos que se estendiam e seguravam agora meus
quadris, à espera de algum recuo, de alguma apreensão, alguma luta... Eu sabia
disso, mas nada fiz, nada disse. – Humm... Estou a ver...
Abri os meus olhos de espanto com a sua voz, emoção? Emoção
do quê? Este homem era uma caixinha de surpresas, a minha caixinha de
surpresas...
- Então não dizes nada? – Questionou-me curioso.
- Já te disse o que tinha a dizer. Estou a espera da tão
aclamada surpresa.
- Certo, então fecha os olhos, não vale trapacear! – Disse,
levantando-me do chão e segurando-me em seus braços.
Sentia a brisa a passar pela minha pele, sentindo o
contraste com o calor que emanava no corpo que amparava o meu, a sede de
curiosidade assolava-me, bem maior do que a minha sede por sangue... Desde que
embebi do seu sangue que ainda não me tinha alimentado, apesar de ter estado a
centímetros do pescoço lá do caçador de estimação da Carmen, ter sentido um
pouco de sede com todo aquele sangue que saía dele, é estranho... A minha sede
parece estar mais suportável, talvez fosse pelo simples facto de minha morte
andar completamente confusa.
Minha mente bloqueou ao ouvir a pulsação dele a aumentar,
quis abrir os meus olhos mas, antes que sequer começasse ao fazê-lo, meus pés
voltaram ao chão. Meus olhos se abriram para o corpo que estava à minha frente,
fazendo-me sentir algo no meu estômago morto, como se de repente começasse a
trabalhar ou algo assim parecido, uma sensação estranha que me fez tocar-lhe
com a minha mão. Observando atentamente se algo estava fora do normal, mas nada
havia de errado, eu não compreendia, não conseguia compreender o que se
passava...
- O que se passa? – Perguntou-me, sentia a sua preocupação
no seu tom. Será que ele sabia o que podia estar a acontecer-me?
- Não sei, é estranho...
- O quê? – Ouvi a sua voz mesmo ao meu ouvido e levantei a
minha cabeça, estava apenas a uns centímetros de mim, tão perto que perdi a
noção do que estávamos a falar...
Seus braços se ergueram e apoiaram-se nos meus ombros,
tentando fazer-me voltar de onde estava, fazendo-me perder-me ainda mais por
onde andava... Minha mente esvaziou-se de completo, a única coisa que conseguia
fazer era sentir, sentir o que acontecia comigo, as lágrimas de sangue rompiam
os meus olhos e navegavam pela minha cara, caindo a pique no chão.
- O que se passa? Porque estás assim? – Ouvia-o a falar para
mim, tentando captar a minha atenção, eu o ouvia, eu o sentia... Fechei meus
olhos que derramavam aquelas gotas, sentindo parte de mim a desmoronar,
desabrochando num abraço forte em seus braços. – Estás aí? Fala comigo, o que
se passa?
- Não sei. – Tentei dizer mas apenas saiu ar, certamente ele
tinha entendido, mas não tencionava abrir os meus olhos, eles ardiam demais
para isso.
Meu corpo foi elevado, seguindo caminho para algures. Meus
olhos não paravam de sangrar, não paravam de me arder como se estivesse numa
chama eterna. Eu não entendia, não sabia o que se passava... Primeiro aquela
sensação na barriga, agora isto, o que me estava a acontecer?
Quando a dor finalmente parou abri os meus olhos, para meu
espanto não estava mais perto dele, estava noutro local que não conhecia... A
sala estava totalmente escura, apenas entravam pequenos raios lunares por uma
frincha na parede. Observei melhor à minha volta, parecia uma espécie de
masmorra, mas o que estava eu aqui a fazer?
Levantei-me e segui em frente para as grades, como era de
esperar estava aqui fechada... Voltei-me para trás e vi o meu corpo deitado no
chão inconsciente, impossível! Tentei tocar-me e não conseguia, a minha mão
passava sem que sequer tocasse em nada sólido. Rapidamente me ergui e olhei com
horror o meu corpo, sentindo um leve vento pelas minhas entranhas e vendo a
aparecer à minha frente a minha irmã, a segurar algo, mas não sabia o que
era... Aproximei-me e vi melhor o que ela estava a fazer, começou a baixar-se
com uma espécie de material cortante e passou pelo meu braço, ao mesmo tempo
que puxava uma taça para baixo dele, certamente para reter o sangue sem se
perder nenhum.
O seu espanto fora o meu espanto, minha pele estava intacta,
nenhum corte tinha sido feito e ela tentou novamente fazer algo mas sem grande
efeito. Rapidamente se levantou e fechou novamente a sela, segui-a, conseguia
passar também as paredes, seria agora uma espécie de fantasma?
Decidi segui-la, andamos uns quantos túneis até que chegamos
à saída dos calabouços. Parecia que estavam numa espécie de castelo abandonado
pois não havia qualquer outra secção do castelo, além da parte sob o chão.
- Não consegui retirar nada dela, a sua pele não sede nem
aos meus dentes. – Respondeu ela ao guarda que estava na porta exterior.
- Isso então torna-se complicado, sem o seu sangue não
conseguimos o que queremos. – Respondeu-lhe, observando todas as direcções para
ter a certeza que ninguém os ouvia. Parecia que eu era invisível, óptimo para
mim, péssimo para eles.
- Eu nem sei como ela sobreviveu ao nosso veneno, mesmo
depois da minha dentada nada lhe aconteceu.
- Eu compreendo que parece incrível, mas temos de ter
cuidado com aquele homem que a salvou da outra vez. Não podemos dar ao luxo de
ter que a caçar novamente.
- Concordo. Mas não vejo a hora de a tirar do meu caminho,
não compreendo o porquê de agora termos que a caçar.
- Eu bem sei disso, minha Senhora. Mas sabe que quando o
Senhor o deseja, nada podemos fazer para o contrariar. Apenas temos de ter
calma e tentar matá-la antes que seja tarde demais.
- Mas eu só não compreendo a razão de tudo isto. O que
Gustav quer dela? Isso é que não compreendo.
- Bem, eu a essa questão também não lhe posso responder.
Sabe que apenas ele lhe dirá a razão de tudo isto.
Senti novamente aquela sensação estranha no estômago, mas
agora parecia que me puxavam, meus olhos ardiam novamente e senti falta de ar,
apesar de nem sequer necessitar dele, sentia-me a ficar sufocada. Ergui-me
rapidamente ainda a ofegar, sentindo bem junto de mim uma mão quente sobre o
meu braço, voltei-me para ele e a sua cara de preocupação era gigantesca.
- O que se passou? – Perguntou-me sem pestanejar sequer.
- Não se passou nada. – Respondi sem vontade.
- Achas que tudo isto é nada! Pensas que eu acho que isto é
nada?!
- Não interessa o que pensas. Se te disse que não se passou
nada é porque não passou e pronto.
- Então tu choras, desmaias em meus braços e perdes a
consciência e dizes que não é nada? – Perguntava-me com um certo tom de irritação,
mas nada podia fazer quanto a isso.
- Esquece. É melhor esqueceres.
- Sabes bem que não esqueço. – Respondeu mais sereno, mais
ainda se sentia a tensão nele. Suas mãos estavam serradas, viam-se as veias
suculentas que me davam uma certa fome... Tentei lembrar-me do que ele tinha
dito, ah... Sim, claro.
- Isso é problema teu. Esquecer era o melhor que fazias.
- Não, não é. E sabes porquê? Sabes? – Perguntou-me com
ferocidade, parecia que não gostava de não ter as respostas que queria.
- Não me interessa saber.
- Eu juro-te que isto é grave. É assim tão complicado
dizer-me o que se passou? Eu gostava de entender tudo isto. – Ele pedia por
companheirismo, mas eu quanto a isso nada podia fazer. Se fosse mesmo a
acontecer o que tinha visto, não podia deixar que o magoassem.. Era a mais
parva, a mais idiota, mas era uma verdade.
- Não tem importância. Agora esquece tudo isto, não vale a
pena te massacrares mais.
- Pois, mas tu não me dizes o que eu faço ou não. Se eu
quiser massacro-me por ti.
- Estás à vontade. Apenas não me obrigues a aceitar tal
coisa.
- Mas porque és assim? – Perguntou-me aproximando-se até a
meros centímetros da minha face.
- Talvez tu o saibas, já que dizes que me conheces assim tão
bem. – Respondi-lhe ironicamente.
- Eu preocupo-me contigo... – Tocou no meu queixo e
obrigou-me a fitá-lo, eu rapidamente retirei a sua mão e virei-lhe as costas.
- Não devias de dar assim tanta importância. Esquecer era o
melhor que fazias.
- Eu não esqueço, mesmo que quisesse, eu não posso nem
consigo esquecer.
- Podes, basta quereres. – Disse, virando-me de novo para
ele e continuei. – Esquece que é o melhor que fazes. Não tem importância.
Simplesmente esquece.
- Não, mesmo que quisesse, Sheftu...tu...não entendes...
- Entendo, e sei que podes esquecer.
- Não, recuso-me a ouvir-te mais. Agora tens tu de me ouvir.
– Agarrou os meus dois braços, aproximando-me dele e respirando mesmo em frente
à minha cara, fazendo com que o seu calor me fizesse um efeito devastador. Ah,
como eu odiava isto...
- Já ouvi tudo o que tinha a ouvir. – Respondi quase num
sufoco.
- Eu acho que falta o principal. Não te disse tudo o que
tinha a dizer. – Permaneci calada a olhar para nenhures. – Pronto, se é assim
que queres, vai.
Olhei-o com total incredibilidade. Ele sabia que agora não
podia ir, conhecia-me bem demais. O que me tornava a minha pior inimiga, aliada
a ele mesmo que não quisesse.
- Tu consegues ser incrível. – Desabafei num lamurio.
- Sou, não sou? Eu sei que sim. – Parou uns segundos para
ter a certeza que eu continuava lá, depois sentiu-se mais seguro, conseguindo
lá o que queria – infelizmente. – Estavas a dizer-me...
- Eu não estava a dizer nada.
- Não comeces, Sheftu diz-me lá o que se passou.
- Ok, eu digo. Acho que foi de me ter alimentado há muito
tempo, parece que o meu corpo anda alterado devido ao que me fizeste... Já
agora, o que é que foi que me fizeste? Como e porquê?
- Eu acredito que não era esse o tema. O que te aconteceu?
- Eu não sei. Visto que me alteraste, não faço a mínima
ideia do que aconteceu. – Fui completamente sincera, era a verdade. Ou melhor,
a meia verdade... Mas não deixava de ser verdade.
- Está certo. Então prometes que juntos descobriremos o que
se passa contigo?
- Eu não tenho de te prometer nada.
- Eu sei que não, mas sempre tinha a certeza que não fugias
de mim desta vez.
- Eu não fujo. – Assegurei.
- Eu acredito em ti... Então e agora? Vamos continuar a
minha surpresa?
- Tem mesmo de ser?
- Não, se não queres então voltaremos para casa. –
Respondeu-me desapontado.
- Então vamos. – Comecei a caminhar em direcção a um dos
lados, mas nem tinha bem noção de onde tínhamos vindo. Mas começava agora a
captar o odor dele sobre a vegetação, não seria muito complicado e rapidamente
estaria em paz, supostamente...
- Espera! Eu tenho algo que quero que uses.
- O quê? – Perguntei, virando-me para ele que já se
encontrava ao pé de mim.
- Isto... – Observei um pedaço de cabedal que tapava algo
estendido para mim, peguei e tirei o que estava dentro.
- Uma pulseira? – Perguntei indignada.
- Sim, espero que nunca a tires, em nenhuma circunstância.
- Porquê? – Perguntei.
- Porque te peço, é importante para mim.
- E depois queres que eu confie em ti, nem tu próprio me
dizes o que se passa.
- Está certo, mereci essa... Se te contar... Prometes que
ficas com ela e nunca a tiras?
- Pode ser.
- Ok, então pronto. Eu pedi a uma pessoa minha conhecida que
fizesse essa pulseira com o formato da minha tatuagem que tenho no pulso, eu a
fiz quando era criança, acaba por ser uma coisa de família... E gostava que a
usasses, era importante para mim... Sempre me ensinaste tudo, acaba por ser um
gesto de apreço.
- Mas porque isto tudo? Era completamente desnecessário. –
Apontei.
- Assim pelo menos tenho a certeza que terás sempre alguma
parte de mim perto de ti, que estarás bem ao ter-me presente, mesmo que seja
apenas essa pulseira. Pelo menos sei que não te esquecerás de mim.
- Sabes bem que não esqueço.
- Tu entendes o que eu disse.
- Sim, queres dar-me força ao estar em mim. Não te
preocupes, eu fico com ela para ficares mais descansado.
- Eu te agradeço por isso, agora vamos para casa? –
Perguntou-me estreitando a sua mão para que eu colocasse a minha.
- Não tens ainda uns costumes meio para antiquados? –
Ironizei.
- Eu sei que tu gostas, por isso cala-te. – Respondeu-me
colocando a sua língua apetecível para fora, sorrindo ao ver o meu olhar a
observá-lo...
- Vamos então...
Havia muito a pensar, muito a debater... O que tinha sido
tudo isto? Nunca me tinha acontecido tal coisa, mas parecia que se tornaria
útil, talvez me desse o paradeiro deles caso acontecesse mais vezes. Desde que
ele não estivesse por perto para se preocupar desnecessariamente. Eu sempre
cuidei de mim sozinha, não era agora que a situação iria mudar. Ainda por cima
ele, eu não o ia por em risco de jeito nenhum, preferia morrer a tal coisa.
Quem diria que numa outra hora a única coisa que desejava era a sua morte, quem
diria...
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