Inverness Season - Ep 14, Samantha
Samantha jamais pensava que deitar-se com alguém se tornaria um problema tão grande. Recebera uma carta de Daniel, sem que realmente soubesse como é que seria possível. Seria ele um caçador? O que ele queria ao aproximar-se dela?
“The Request” by Samantha Saint
Espero que te encontres bem. Apanhaste-me desprevenido.
Aquela noite em Moscovo nunca deveria ter acontecido, mas a verdade é que eu
não consigo esquecer. Pelos motivos óbvios. E sim, eu estava à tua procura. Já
sabia há muito tempo que és uma vampira. Eu irei ao teu encontro brevemente.
Afinal de contas… Temos muito que falar. Até breve…
Daniel Saint
Isto foi surreal. Fiquei embasbacada a olhar para a carta. O
que raio é que ele queria? Mais uma noite? Ele era louco. Completamente louco!
- Mas ele passa-se? – Pensei alto. – Isto não tem lógica
nenhuma! Ele pensa que é quem? Se o Louis sabe disto…
Cerrei os punhos e amachuquei a carta. Olhei para ela mais
uma vez e senti um arrepio a percorrer a minha espinha dorsal. Saltei do
cadeirão que nem uma louca. Aquele sentimento em mim não iria surgir novamente.
Nunca mais. Só com o meu apaixonado. Abri com fúria a gaveta da cómoda e mandei
para lá a carta, fechei a gaveta com força excessiva. Não lhe iria mexer mais.
Peguei no telemóvel e procurei o nome do meu amado. O
telemóvel começou a chamar… Uma vez, duas… Três. E do outro lado ouviu-se.
- Olha quem me liga.
- Já devias saber que não te ia largar nem um segundo… –
Sorri apesar de ele não poder ver.
- Eu sei que sim, não me espanta nada. Aliás, a mim
espanta-me o facto de só agora me estares a ligar.
- Oh… Não é por mal, sabes bem. É que tenho algumas
novidades para ti.
- Que tipo de novidades?
- Adivinha lá meu querido, onde é que eu estou?
- Hum… – Calou-se por uns meros segundos e respondeu-me. –
No teu quarto?
- Sim, mas onde.
- Isso eu não sei. Foste ao Brasil? Tu adoras aquilo. –
ironizou – Assim muito solarengo. Deve-te agradar bastante não?
- És mesmo parvo! – Desatei a rir. – Inverness.
- Escócia?! – Disse-me surpreso.
- Sim… A penthouse
explodiu e viemos cá parar. Bem a verdade foi tudo uma manobra de diversão do
Eric. A casa também é dele.
- Eric?
- Uma longa história. Mas depois, com mais tempo, conto-te.
- Hum… Então e qual é a outra novidade?
- Como sabes que há outra?! – Perguntei-lhe surpresa.
- Tu disseste que tinhas novidades. Presumi que eram várias
e não só uma.
- Não te escapa nada!
- Claro que não. Em relação a ti, e outras coisas, não me
escapa nada…
- Que outras coisas?!
- Coisas da morte amor. Mas então, qual é a outra novidade?
- Temos um lobito aqui em casa!
- Um lobito Samantha? Agora também têm animais de estimação?
- Não sejas palerma! Um lobisomem!
- Desculpa? De quem foi essa ideia ridícula?
- Nossa! A Sheftu e o Eric não concordam com a estadia dele
cá. Mas eu e a Carmen não somos da mesma opinião. Ele é um cavalheiro!
- Tem calma! Eu não tenho nada contra. Mas já pensaste se
ele se transforma aí dentro de casa? Ainda te acontece algo de mal.
- Não te preocupes comigo! Sabes que eu sei muito bem cuidar
de mim! E além do mais ele fica na garagem. Por tanto não tem qualquer
problema.
- Pronto! Tu lá sabes. Mas se te acontecer alguma coisa
depois não venhas chorar no meu ombro que nem uma madalena desamparada!
- Ai, que exagero tão grande! Então e nós?
- Nós o quê?
- Quando é que podes cá vir?
- Quando é que achas que dá?
- Eu tenho que perguntar ao Eric, mas penso que não haverá
problema de cá vires passar uns dias…
- Eu não quero invadir o território dele.
- Louis, ele não é vampiro, não existe território. Eu só
pergunto porque a mansão é dele! É por pura cortesia.
- Hum… Então sendo assim pergunta que eu vou… Morro de
saudades!
- Isso é que não! Morrer não! – Desatei a gargalhada pelo
telemóvel.
Do outro lado da linha também Louis ria com gosto.
- Até parece que não tens saudades minhas…
- Claro que tenho loirinho!
- Há bom! Assim fico mais descansado. Então depois falamos?
- Sim. Mas da próxima ligas-me tu!
- Está bem então. Um beijo na boca minha perversa!
- Outro para ti. Perversa, mas tu gostas!
Desliguei o telemóvel, inspirei bem fundo e sorri… Aquele
sim era o meu homem…
Sai do meu quarto para ver se encontrava Eric e
agradecer-lhe de me ter dado a carta. Aproveitava e perguntava se o Louis
poderia lá ir passar uns dias.
Mas eis que a sorte me bateu à porta… E esbarrou mesmo
comigo.
- Hey, rapariga! – Carmen estava no meio do corredor. - Olha
para ti!
- O que foi?
Puxei-a para um espelho que estava no corredor. Ela devia
estar furiosa. Tinha os olhos vermelhos, mais pálida que o habitual. Mas o mais
notório era, sem dúvida, as presas que estavam todas lançadas para fora!
- Meu Deus… Lembra-me para nunca te chatear, sim?
Lançou um suspiro.
- Okay… É verdade nunca cheguei a perguntar-te por onde
andaste este tempo todo.
- Roma. – Disse simplesmente – Fui procurar as minhas
raízes. Sou filha de templários.
O espanto estava escarrapachado na sua cara quando ouviu o
que lhe tinha acabado de perguntar.
- Tu…
- Sim! E encontrei um…conhecido. – O meu ar era de pura
alegria e satisfação só de pensar no seu nome. - O Louis.
- Hum…
- Achas que o Eric deixa-o vir para cá? Podes falar com ele.
- Lamento, Sam mas eu e o Eric não estamos em…sintonia. -
Virou-me as costas, mas eu já estava à espera e coloquei-me rapidamente à
frente dela.
- Podes ao menos tentar, não é Carmen!? Vá lá, é só por uns
dias, o Louis é super rico e arranja uma mansão dentro de dias. Por favor?
- Estás apaixonada.
O meu ar de felicidade desvaneceu-se ali naquele instante.
Não admitia.
- Não admito comentários de gozo, Carmen!
- Tudo bem, Samantha.
- Vais falar com o Eric?
- Sim.
- Promete!
- Oh Sam…
- Promete ou não aceito que me chames Sam!
- Okay! Prometo falar com o Eric acerca do Louis.
- Óptimo! – Afastei-me dela, novamente satisfeita – Já agora
muda de vestido, Carmen.
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