Inverness Season - Ep 9, Samantha
Samantha sempre adorara divertir-se mas nunca pensara que a diversão pudesse estar tão perto. Eric, Sheftu… O lobisomem. Era tudo muito curioso, num segundo nada parecia o mesmo. Como conseguira aquele feiticeiro mudar por completo Sheftu? Tudo mudara e, ainda mais surpresas surgiriam para esta nossa tão animada vampira… O que seria?
“Letter” by Samantha Saint
Esta nossa nova companhia seria bastante interessante… Eu
nunca tinha lidado assim tanto com um lobisomem e era criatura que me fascinava
bastante. E a Carmen nem se fala! Ela parecia completamente entusiasmada com a
presença daquele estranho. Ou seria por o achar interessante ou simplesmente
para irritar a Sheftu e o Eric. Ela é mesmo mazinha.
Voltamos para dentro e em vez de me ter dirigido para o meu
quarto, resolvi entrar numa outra divisória que ainda desconhecia. Senti-me a
ser seguida por Sheftu, calculei que a última coisa que ela quisesse era dar de
caras com Carmen, neste momento. A tensão entre elas era simplesmente notória à
distância.
Mas naquele momento o que veio à minha mente foi a sua
estranha relação com Eric. Ou ele tinha muita paciência ou não sei…
- É lindo não é? – Disse observando o vidro
à minha frente.
- O quê? – Perguntou-me confusa.
- Tu e o... – Hesitei sem saber se deveria dizer ou
não. - Eric.
- Mas do que estás a falar?
- Tu sabes do que falo... – Virei-me para ela e
sorri totalmente feliz – Eu vi da forma como olhavas lá fora para
ele quando os ordenaste que parassem. Não precisas de negar a mim, podes
negar-te a ti mesma, mas a mim não podes negar.
- Não compreendo do que falas.
- Eu compreendo tudo isto, agora que vi... Afinal não
somos tão diferentes. Eu reencontrei o Louis quando desapareceste do Vaticano.
- A sério? Mas como?
- ELE É UM CÃO! – Ouviu-se um berro enorme de Eric.
Seguimos para o local de onde tinha vindo o grito. Ficamos
imóveis, uma ao lado da outra, tentado perceber o que se estava a passar. Mas
pelo que se ouvira era obvio que o lobo já estava a dar problemas.
Agarrei na mão de Sheftu, que parecia uma estátua e estava
mais gelada do que o habitual.
Eric continuava a provocar e notava-se a inquietação do lobo
perante tal insulto.
- Chama-me cão, mais uma vez... – Rosnou. - E apanharás
os teus dentes do chão!
Sheftu tentou avançar para parar aquela picardia, mas a
minha mão impediu-a. O meu olhar tentava dissuadi-la de fazer alguma estupidez.
Aquele assunto tinha que ser resolvido por eles os dois e mais ninguém. Nem eu,
nem a Carmen, nem mesmo Sheftu se deveria intrometer.
Eric parecia que ia mandar um berro mas o que saiu foi um
silvo calmo:
-Cão!
O lobo passou-se! Empurrou Cármen com toda a força para cima
do balcão da cozinha e saltou, louco para Eric, agarrando-o e esmagando-o
contra uma parede. E o doido, ainda olhou para nós e sorriu como se tivesse a
achar piada à situação.
- CHEGA! CHEGA! – Carmen berrou tentando afastar o lobo. –
Pára Vladimor!
- Sim, quieto rafeiro... - Sibilou Eric.
- Isso aplica-se a ti também. Ele fica, se tens
problemas... Vai-te embora! – Disse saindo da cozinha seguida pelo Vladimor.
- Se querias um animal de estimação, porquê que
não chamaste o Dean? – Ripostou Eric, gozando com a situação. Tinha tocado na
ferida. - Ao menos o seu sangue dá para beber.
- És um idiota! – Disse virando costas e saindo.
Ele virou-se para mim e Sheftu e reparou que segurava a sua
mão. Tirei-a rapidamente.
- Bem, acho que vocês necessitam de falar... Se não se
importam, eu vou andando... – Disse simplesmente, afastando-me. Certamente que
eles quereriam falar do que se tinha passado. Perfeitamente compreensível. Principalmente
pelo olhar que ele lançou.
- Espera, eu com ela tenho todo o tempo do mundo para
falar. Mas preciso de te mostrar uma coisa...
- Como? – Duvido que ela acha-se piada alguma ao facto
de ele querer falar comigo. Eu não acharia.
- Por mim tudo bem.
Ela saiu e eu observei-o. Pensava que já sabia o que viria
dali…
- Presumo que sei sobre o que queres falar comigo.
- É bem possível… Foste tu que pediste.
- Sim… Eu sei que ela se dá mais ou menos bem contigo. Muito
sinceramente não sei o que tens na cabeça, se queres que te diga.
- Porquê?
- Metes-te a tu actual e a ex no mesmo local! Acho que me
parece bastante óbvio! – Revirei os olhos.
- Ah! Sim, isso. Eu entendo. Mas não posso fazer nada.
Carmen pertence ao passado e…
- E Sheftu é idiota o suficiente para não entender que está
apaixonada por ti. Sim, já deu perfeitamente para entender. É mesmo dela.
- Que queres que faça? Ela passou por muito. Não a censuro,
apesar…
- Apesar…?
- Nada esquece. Bem, então o que nos trouxe aqui… A Carmen
disse-me que tu querias trazer o teu namorado aqui.
- Sim. O Louis. – Fiz um enorme sorriso ao pronunciar o nome
dele.
- Mas porque queres que ele venha cá?
- Desculpa, isso ainda não te vou poder dizer. Mas não é por
muito tempo. Só uns dias. Ele provavelmente vai comprar uma mansão aqui também.
Ele ergueu uma sobrancelha e entendi o que a sua expressão
me queria dizer.
- Sim, ele é podre de rico. No entanto, não acho que isso
seja importante neste momento. Só quero saber se há algum problema em ele vir
cá. Acho que vocês até se vão dar bem. – Sorri.
- Hum… Pode ser que não seja uma má ideia… Conhecimento
nunca fez mal a ninguém…
- Então estamos entendidos, não é isso?
- Estamos sim.
Sorri novamente. Toquei no seu ombro e voltei-me para me ir
embora. Mas rapidamente parei.
- Espera. – A voz dele saltou do nada.
Voltei-me rapidamente. E olhei-o surpreendida.
- O que se passa?
- Chegou uma coisa para ti.
- Para mim? – Disse-lhe espantada.
- Sim. Ninguém sabe que aqui estas?
- Não, ninguém.
- Pois, mas chegou isto. – Colocou a mão no bolso e tirou de
lá uma carta. – Está aqui.
- Uma carta?
- Sim. Mas não tem remetente. - Franzia a testa e estiquei a
mão para apanhar a carta.
- Agora sim está tudo.
- Obrigada.
Olhei para a carta. Seria aquela carta do Louis? Mas não podia
ser… Eu ainda não tinha falado com ele desde que me vim embora de Itália.
Corri para o quarto para poder ler o que lá estava com mais
calma. Afinal de contas para me escreverem é porque seria algo importante.
Entrei e sentei-me num cadeirão ao pé da janela. Fechei os
olhos e respirei fundo. Abri o envelope. A carta era curta. Mas saltou-me logo
à vista um nome que me era familiar e que eu não estava a espera. Fiquei
atómica pois o nome que lá estava era…
- Daniel Saint?! – Sussurrei ao ler.
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