Inverness Season - Ep 4, Samantha
Apesar da viagem para o nosso novo lar, ainda tinha assuntos para serem resolvidos antes de voltar para o seu querido amado, Louis. Uma explosão, segredos revelados… O que iria mais acontecer? Samantha só tinha certeza de uma coisa, ela estava a divertir-se com cada coisa que acontecia entre aqueles três.
“We’re in, We’ve Waited And… That’s a Dog!” by Samantha Saint
Partimos de onde tinha sido a nossa casa durante muito
tempo. Eu e Carmen tivemos de entrar dentro de um helicóptero por baixo de
mantos negros para não sermos estorricadas pelo sol, o nosso grande inimigo.
A viagem foi calma. Carmen remexeu-se com como se tivesse
tido um choque.
- Estás bem? – Perguntei ao vê-la.
- Estou bem… – Respondeu-me simplesmente.
Sheftu parecia tudo menos feliz em ir para outro sítio.
Continuava arreliada com toda aquela envolvência entre o seu querido, apesar de
não admitir, e Carmen. Realmente até a mim me espantou!
Fechei os olhos por um instante, inspirei fundo e sorri por
dentro. Só pensava no meu Louis e quando o voltaria a ver. Sheftu queixava-se e
refilava, mas ao menos estava ao pé da pessoa que amava… Por mais intempestiva
que a relação deles fosse.
O sol abandonara o céu, e uma noite negra e límpida
enchia-me de nostalgia. Uma brisa que se entranhava em mim.
Era suave, dava vontade de deitar e apreciar toda a beleza daquela
deslumbrante noite.
Eric abrira a porta da limusina, deixando Sheftu, eu e
depois, Carmen entrar. Fiquei ao lado de Carmen e esta à frente de Sheftu. Era
impressionante a tensão que havia entre elas! Dei uma pequena cotovelada a
Carmen e mandei um sorriso, mostrando como estava satisfeita em ver a loira
pomposa cair do seu poleiro. Como é que ele aguentava…
Ele, sempre muito cavalheiresco, esticou a mão para nos
ajudar. Sheftu, como era óbvio, recusara, ao contrário de mim, que via o seu
gesto com respeito, e até mesmo alguma afectação. Falara com ele poucas vezes,
mas já lhe tinha bastante empatia.
Avancei rapidamente para a mansão. Estava curiosíssima com o
que ele tinha arranjado para nós, mas pela maneira de ele ser calculei que
seria algo imponente… E não me enganei, mal meti o pé dentro daquela magnifica
casa! Voltei para trás…
- Carmen! – Chamei-a entusiasmadíssima. – Vem ver! Esta casa
é gigante!
Esta virou-se para mim, caminhou na minha direcção, agarrou
na minha mão e entramos. Um jardim interior que só mesmo daqueles que se vê nas
fotos. Sheftu já estava na parte de cima, na clarabóia, mais um olhar hostil
entre as duas surgiu, e novamente um ambiente de cortar à faca.
Puxei-a novamente para o que seria o hall de entrada com uma
enormíssima escadaria. Uma ideia excelente percorreu a minha mente.
- Sabes o que seria mórbido!? – Exclamei travessa. – Dar uma
mega festa para os habitantes, prendê-los aqui e matá-los.
Ela ergueu uma sobrancelha, e Eric que acabava de se
aproximar de nós exclamou…
- Concordo com a Carmen... É uma ideia maluca.
- Mas, ela não disse nada! – Disse boquiaberta, mas
rapidamente me passou. - Quero ver o meu quarto!
Subi alegremente e fui à procura de onde seria o meu quarto.
Não foi difícil de o encontrar, pois era roxo tal e qual como eu gostava. Era
bastante parecido com o meu espaço na penthouse. Só que bastante maior, luxuoso
e exuberante. Aquele Eric era demais. Não lhe escapava nada, em cima de uma
mesa estava um bilhete e uma caixa de cartão. Abri o bilhete e lá dentro dizia
simplesmente:
Achei que te faria falta… Eric
Abri a caixa e um largo sorriso apoderou-se do meu rosto. K, tinha de novo o meu escorpião. Mais
tarde teria de agradecer-lhe. Tirei o fio, que umas horas antes me tinha
intrigado, e coloquei-o em cima da mesma mesa. De repente, a frase que estava
na parte de trás, atravessou novamente a minha cabeça… Uma liberdade que elimina a vida não é liberdade. Coisa mais
estranha… Teria de falar com o Louis sobre isto.
Continuei a percorrer o imenso quarto, e fui ao quarto de
banho.
- Uau… Espectacular... – Exclamei. Nesse momento ouvi a Sheftu
chamar-me.
- Samantha, tens de vir comigo.
- Mas o que...
- Não há tempo para perguntas nem respostas, anda...
Interrompeu-me e desatou a correr pelas escadas a baixo e eu
segui os seus passos correndo também atrás dela sem entender o que se passava.
Foi rápido até entender o que era. Eric estava todo
esfarrapado e completamente enraivecido e à sua frente estava, sem dúvida
alguma, um belíssimo lobisomem!
- PAREM - Ordenou Sheftu.
- Sim minha senhora... – Respondeu-lhe Eric ofegando.
- QUEM SOIS? – Exigiu a criatura.
- Um cão aqui? Desaparece antes que algo te faça em pequenas
migalhas de pó seu rafeiro... – Disse-lhe Sheftu com despeito.
- Não... Ele parece não ter onde viver e parece um tanto
desamparado, Sheftu. – Camen pareceu-me sensata nas suas palavras.
- Não estás a pensar ajudá-lo aqui ou estás Carmen? – Sheftu
estava fora de si.
- Se é isso, também não estou de acordo! – Apoiou Eric.
- Sheftu, Eric... Deixem-se disso... Ele até parece ser
interessante! – Disse prontamente. Apesar de todas as lutas e guerras que havia
entre lobisomens e vampiros ele parecia-me bem diferente da maioria, e a tia do
Ethan ajudou-me bastante a compreendê-los… São fascinantes!
- Calma lá, calma lá! Lobisomem! Como te chamas? –
Perguntou-lhe Carmen curiosa.
- Vladimor minha senhora. Vladimor Iorganov! – Respondia
enquanto começava a voltar à sua forma humana.
- Vladimor, gostarias de viver connosco? – Propôs Carmen com
um sorriso.
- COMO? – Vociferaram Eric e Sheftu.
- Adoraria minha encantadora senhora, contudo não pretendo
incomodar ninguém nesta casa... Sou uma criatura do bosque, selvagem, muitos me
chamam! E...
- Podes ficar na arrecadação da garagem! Aí não incomodas
ninguém... – Interrompeu Carmen, olhando divertida para a cara de espanto de
Sheftu.
- Tendes a certeza de tal?
- SIM! – Eu e Carmen exclamámos. - A propósito... Chamo-me
Samantha.
- Muito prazer encantadoras senhoras! Sendo assim, poderei
habitar a arrecadação da garagem...
- Sim, pois cães não entram em casa alguma, ficas já
avisado!
- Como já disse, não pretendo incomodar ninguém, mas se
insistem em que more convosco, não vejo porque recusar... Afinal de contas
parecem-me ser aqui todos seres que a morte não colhe com facilidade!
Oh, ele era excelente… Tinha a certeza que ele ainda iria
dar que falar e para minha satisfação… Algumas dores de cabeça a Sheftu! A Eric
também, o que me parecia injusto, afinal de contas ele sempre fora um
cavalheiro comigo. Mas talvez lhe passasse quando o conhecesse melhor…
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