Moscow Season - Ep 29, Sheftu

Sheftu já deveria saber que Eric não esqueceria o que ela lhe fizera com a casa. Emoções começavam a fluir. Era o seu pesadelo tornado realidade, as emoções pareciam cercá-la e, em breve, saberia bem mais do que desejava. E se sentia amaldiçoada por isso.

“Really, Carmen?!” by Sheftu Nubia


Permanecia inquieta sobre as sombras, à espera que tudo ficasse resolvido, que conseguissem tirar Carmen do carro sem que nada lhe acontecesse. Por mais que me custasse a admitir eu me sentia ligeiramente preocupada com aquela pseudo-vampira.
Eric tentava incessantemente convencer a todos que Ela estaria morta, que já não haveria motivo para tentarem tirá-la agora, que ele mesmo trataria de nossos corpos e faria os funerais necessários para tal. Carmen parecia inconsciente, talvez o embate lhe tivesse batido forte o suficiente para que ela se mantivesse assim por umas horas.
Vi-o a fazer uma chamada, não tomei atenção ao que ele dizia, mas rapidamente compreendi, mal vi uns homens de negro levarem todos os corpos, certamente tentaria arranjar alguma forma de conseguir tirá-las de lá sem que não se transformassem em cinza.
Entrou para dentro do hotel, ou o que restava dele, e segredou algo à Samantha enquanto fingia tentar ouvir o seu coração a bater. Depois fez um sinal aos seus homens e eles se aproximaram, trazendo um saco e colocando-a lá. Não tinha sido apenas o Hummer que se despedaçara com destroços, mais dois carros estavam quase tão miseráveis como aquele carro. Vi o cuidado que teve ao tirar o corpo de Carmen, não entendia de onde provinha tanto afecto e dedicação neste dois mas também não queria nem pensar o que levava a essa situação. O que estaria a passar-se comigo?!
Enquanto tirava Carmen, os raios do sol eram totalmente absorvidos pelo saco que seus homens seguravam entre ela e a sua possível segunda morte... Tão rapidamente a tiraram, colocando-a dentro do saco e levando-a para a carrinha de onde seus homens tinham vindo. Ele estaria sempre preparado para tudo?! Sorri, não tudo... A casa dele, simplesmente... puff! E ele nada pôde fazer...
Ele me olhou com um certo rancor nos olhos enquanto ainda eu me ria, me dizendo que era a hora de sairmos de cena. Corri rápido, apesar de não ser muito necessário, para que as câmaras não me pudessem captar. Dentro da carrinha tinham três sacos, mas apenas dois estavam completamente cheios. O outro parecia cheio, Eric o abriu um pouco quando observou o meu olhar curioso: Areia, algo que simplesmente me fazia rir... Areia ocupava o que seria o meu corpo, irónico. Ficamos os dois na parte de trás com Samantha que tinha acabado de sair do seu saco, encostados às paredes, em silêncio... Eu não queria falar, não tinha mais nada a falar e nem sequer iria abrir a minha boca.
Rapidamente chegámos a um local, as portas foram abertas, observava com preocupação o saco que continha Carmen, foi ele mesmo que a levara para dentro, deitando-a numa mesa da velha morgue a que tínhamos chegado.
Ele olhou para mim e depois para Samantha, um dos seus homens entrara para segredar algo ao seu ouvido que nós conseguíamos ouvir na perfeição: o carro para a viagem tinha acabado de chegar. Mas que viagem? O que estaria preparado para nós?
- Miss Saint, espero que compreenda que terá de cá ficar com Carmen. Eu e Sheftu voltaremos rapidamente. – Disse Eric, suave e melodiosamente para ela. Todo o seu corpo se arrepiou com a voz dele... Mas quando todo este pesadelo acabaria?! Queria que me deixassem em paz para puder causar o que sempre causo...
- Não, prefiro ir com vocês. Não tenho mesmo nada aqui a fazer. – Respondeu ela rapidamente.
- Creio que não poderá sair sobre a luz do dia. – Respondeu-lhe pacientemente.
- E Sheftu pode? – Perguntou-lhe indignada com a injustiça que parecia sentir, plenamente normal para algo fútil como ela.
- Claro que posso... – Ri-me sem vontade. Na realidade não queria poder, se tivesse virado cinzas não teria agora que me deparar com tudo isto.
- Sim, ela pode. – Respondeu Eric num suspiro, olhando para mim. Sentia que havia algo mais que o incomodava, mas também não queria saber o que era. – Peço-te imensamente que fiques aqui a cuidar de Carmen. Nós não vamos demorar muito, rapidamente voltaremos...
- Fico porque não tenho como sair.
- Agradeço-te imenso. Olha, eu um dia compensar-te-ei. – Respondeu-lhe Eric. Sim, tinha captado toda a essência dela: recompensas.
- Tens a certeza? – Perguntei-lhe, desconfiada. Era demasiada bondade... O que se passava aqui?! Não tinha qualquer ideia do que fosse... Talvez nem quisesse saber, apesar de estar duplamente morta para o descobrir.
- Claro que tenho. – Respondeu-me sem sequer me olhar, observando a inconsciente. – Agora temos de ir, não deveremos demorar muito tempo.

Saímos os dois da morgue e já havia outro carro à nossa espera. Mas quantos veículos ele tinha disponíveis por dia? Um pouco convencido demais não?
- Precisamos de falar, estarei aí dentro de momentos. – Disse Eric com uma voz dura, ao telefone com alguém que certamente estaria prestes a conhecer.
A viagem foi totalmente silenciosa, também não tencionava falar sequer... Tudo o que fosse dito seria sobre aquela maldita casa, por isso nem valia a pena abrir a boca. Senti o seu olhar em cima de mim, também já não me importava... Observava a paisagem que era o melhor que tinha a fazer do que perder-me em pensamentos. Sim, esperar que daqui a pouco chegaríamos onde tínhamos de ir.
Entramos numa mansão, bastante relevante, alguém com posses certamente...
- Nos encontraremos com um vampiro conhecido meu, espero que nada digas a não ser o estritamente necessário. Não necessito de mais problemas pelos próximos séculos, faz-me o favor de manter essa boca fechada.
- Como queira o senhor. – Gracejei da estúpida tarefa por ele dada. Se não queria que eu viesse, que não me trouxesse simplesmente. Para quê agarrar-me desta forma se nem sequer deseja estar perto de mim? Ridículo, anormalmente viciado.
- Ainda bem que entendeste. Agora só espero que o faças que tudo se tornará mais simples.
Antes que eu pudesse responder, já estava um homem à nossa frente a observar-me atentamente. Pela aparência seria um vampiro já com alguma idade respeitável, seus olhos azuis se realçavam contra o seu cabelo branco colocado para trás com gel, sua classe parecia não se ter perdido com os anos... Talvez fosse um vampiro como deve ser, classe e subtilmente demoníaco... O que importava agora era saber o que quereríamos com ele.
- Ela é a tal? – Perguntou o vampiro com um olhar torno para Eric.
- Sim. Mas não foi para isso que cá viemos. – Respondeu rispidamente. Bem, parecia-me que a relação deles seria bastante animada. Que óptimo!
- Desculpe as maneiras deste homem, Madame. Apesar da idade ainda não aprendeu como se comporta perante uma senhora como você. Meu nome é Sir Lawrence Attwood. – Disse com toda a classe, pedindo a minha mão delicadamente para a beijar.
- Não temos tempo para estas coisas, Lawrence. – Interrompeu Eric, colocando-se entre nós, fazendo com que o vampiro recuasse uns passos.
- Vejo que continuas como sempre, sem quaisquer maneiras.
- Não importam as maneiras. Iremos finalmente ao que interessa ou continuarás a tentar adiar o que tenho para pedir? – Continuava no seu tom ríspido de anteriormente, simplesmente não se davam bem. Diria até que se matariam se não fossem os dois ter códigos éticos, algo que eu definitivamente não tinha.
- Certamente, sigam-me...
Fomos os três até uma sala, o vampiro fez menção para que me sentasse na poltrona à frente dele, sentando-se de seguida Eric do meu lado direito.
- O que vos trouxe à minha humilde casa? – Perguntou o vampiro, após uns momentos longos de silêncio.
- É pouco provável que tenhas ainda conhecimento, mas a penthouse em que Carmen vivia teve uma explosão. Como deves calcular, ela não morava lá sozinha e temo que os restantes moradores estejam em risco, por isso serei breve. Necessitamos de uma casa.
- Hum...e no meio disto tudo presumo que a Carmen esteja bem. – Respondeu o vampiro perante o que Eric narrou.
- Sempre esteve. – Respondeu friamente.
- Isso é discutivel, Eric... – Falou, arregalando os olhos.
-Tens alguma coisa a dizer-me, Lawrence? Porque se tens desembucha!
- Não, meu caro nada que já não saibas... – Respondeu a meio de um riso torto. Apenas alguns minutos depois voltou à sua pose de classe e continuou - Pois bem, então tereis a vossa casa para morar. Não sei porque razão cá vieste. – Respondeu com classe, apesar da real tensão que se sentia entre estes dois.
- Teria caso não me tivessem incendiado a casa. – Ainda se sentia um pouco de desprezo quando falava do acontecimento. Não tinha qualquer importância.
- Então que quereis de mim? Sempre podereis comprar mais, não sou eu aquele que nada tem? – Respondeu ironicamente, certas rixas do passado pareciam querer aflorar, mas pelo que parece Eric estava mesmo decidido a sair daqui sem qualquer grande aparato.
- Penso que não necessitais da vossa casa, e como estão todos os moradores dados como mortos, creio que Carmen terá de se esconder, juntamente com todos os que estão em risco.
- Entendo... Será que tereis tempo para me explicar melhor o enredo de toda esta situação? – Parecia agora que ambos sabiam que algo tinha passado de errado. Sim, o que teria sido?
- Mal o possa to direi. Agora necessito que me digas se poderemos fazer de tua casa como nossa ou procuraremos outra solução. – Eric parecia ter bastante pressa, ou simplesmente não suportava toda esta situação.
- Certamente... Poderás dizer que a casa será a minha herança a Carmen, já está na altura daquelas paredes ganharem alguma vida.
- Fico agradecido. – Disse Eric, levantando-se sem sequer se despedir. Apenas a uns passos da porta, voltou-se para trás, olhando-me.
- Sim, claro que estás agradecido. Espero ter notícias tuas brevemente, há alguns pontos que temos que retocar.
- Sim, claro. – Respondeu Eric prontamente. Eu estava à nora, não sabia de nada do que se tinha passado aqui. – Vens?
- Sim, já vou. – Respondi-lhe rapidamente.
- Desejo a si muita paz e paciência... Que dê bem cabo da paciência dele, que ele bem merece. – Disse-me o vampiro, beijando em minha mão. Seguindo-nos até à entrada, e se despediu nas sombras.
Entramos de novo no carro e um novo silêncio se alastrou. Permaneci a maior parte do tempo a pensar em tudo o que se tinha acabado de se passar... Mas não demoraria muito até que chegássemos ao nosso ponto de partida.
- Olá, gostaria que preparasses o helicóptero para daqui a uma hora, estarei de partida mal aí chegue. – Desligou o telemóvel e senti novamente os seus olhos em mim. – Iremos viver para a Escócia... Alguém tentou fazer com que vocês saíssem da vossa casa para que pudessem vos apanhar mais facilmente. Mas eu não irei permitir que façam nada.
E o silêncio novamente retomou o clima do carro, não fiz qualquer intenção de responder. Neste momento a única coisa que me importava era o vazio que preenchia a minha cabeça. Ser um corpo morto pelo menos uma vez nesta minha morte.
- Tens aqui os teus novos documentos, todas estarão dadas como mortas. Espero que não te importes que te tenha dado o meu nome, já que me destruíste a casa, pelo menos terás que aceitar o pequeno preço, Senhora Manen... – As paisagens simplesmente me aclaravam a cabeça de todo e qualquer pensamento, gélida e vazia como a neve... Um novo silêncio se prolongou por uns segundos... – Sheftu, fala comigo sai agora do carro que preciso de falar contigo...
- Não precisas nada. Eu não quero falar contigo. – Respondi-lhe friamente, não tinha qualquer importância nada do que pudesse dizer.
- Sei que não queres, mas temos de falar. – Agarrou o meu braço e virou-me em direcção a ele.
- Não há nada para falarmos. – Continuei com o mesmo olhar vazio que observava a paisagem, simplesmente não ia dar importância.
- Não estou com paciência. É a última vez... Sheftu anda lá para fora.
- Não vou. Prefiro ficar sozinha.
- Tu é que pediste... – Dizendo isto, puxou-me para fora do carro, pegando-me ao colo.
- Que queres? – Respondi sem vontade, para que me voltasse a colocar no chão. E assim o fez, estava novamente sobre os meus pés. Finalmente!
- Temos de falar... – Prosseguiu ele.
- Então fala. – Não consegui calar-me, ele merecia tudo aquilo que lhe fazia.
- Vais ser assim é? – Acusou-me com um tom meio azedo.
- Vou. – Respondi prontamente.
- Que eu saiba, eu é que devia de estar chateado com tudo isto! Deixaste-me furioso sabias? – Sua voz elevou-se, começava agora a enervar-se. Não iria aturar isto, segui o meu caminho em direcção à morgue.
- Tanto me faz. – Respondi-lhe, já que me seguia de perto.
- Fala de uma vez por todas comigo, Sheftu! Deixa-te de criancices!
- Não tenho nada a te dizer. – Repeti.
- Mas porquê tudo isto?! Só por causa dos meus quadros? – Gritou ele.
- Os teus quadros?! Pois, aquilo me parecia mais os meus quadros! – Elevei a minha voz ao mesmo nível. Quem pensava ele que era?!
- Não, eram os meus quadros! Os quadros que tu destruíste juntamente com toda a minha casa! Pensas que isto vai ficar assim é?
- Não vai não. Porque eu ainda agora comecei.
- Sabes muito bem onde tudo isto acaba, Sheftu! Nós os dois sabemos como tudo isto acaba. – Eu nem queria pensar no que as suas palavras queriam dizer, mas minha mente trapaceou-me e começou a imaginá-las por mim... O desespero começava a crescer, infinitamente.
- NÃO! – Berrei com todas as minhas forças.
- Agora já sabes, não há nada que possa fazer-te voltar atrás... Eu sei muito bem o que vejo! – Sorriu levemente, ainda irritado. Mas sentia-se um ar de vitória que não era o meu, isso simplesmente me enojava.

O silêncio foi intenso, até que Eric seguiu para dentro da morgue, dando a discussão por encerrada. Por mim nunca teria começado, mas agora deveria ser a hora de começarmos a traçar as nossas novas vidas, algures pela Escócia. Samantha e Carmen observavam Eric atentamente, olhando de imediato para mim, mal notaram a minha entrada. Era provável que tivessem ouvido algo da nossa pequena conversa...
- Ainda bem que estás de pé. – Disse Eric. – Belo vestido...
- Graças à Samantha. – Respondeu Carmen, continuando a observar-nos tal como tínhamos entrado. – Está tudo bem?
- Sim... – Disse Eric.
- Não! – Respondi.
- SIM! - A voz de Eric elevou-se, acentuando um pouco a sua raiva da conversa anda há pouco acabada, voltando a fitar Carmen com um sorriso no rosto... O que se passaria entre estes dois?! – Estás linda!
- Oh chega! –- Ordenei, ficando entre eles os dois. – Dizes tu que eu sou criança, o que chamas a isto?! Vocês os dois, cheios de mel e proximidade. Porquê?!
- Ciúmes, Sheftu? – Gracejou Carmen, apostaria que devia de ter algo na manga e que o usaria com todo o prazer. Idiota.
Samantha riu-se, divertindo-se com toda esta situação e aconchegando-se melhor na mesa que tinha perto dela. Olhei para Carmen totalmente enervada. Quem pensava ela que era para me fazer sentir tal coisa?! Ciúmes?! Tentei não valorizar muito as suas provocações juntamente com os risos divertidos de Samantha.
- Eu dou-te os ciúmes... – Respondi o mais calmamente possível. Caso fosse necessário realmente começar com o seu verdadeiro óbito não havia problema, seria lenta e eficazmente.
- Okay! – Disse Eric, chamando à atenção todas para o que ele dizia. – Se queres saber, eu digo-te: A Carmen e eu temos uma história. Uma longa história. Conhecemo-nos há algum tempo e tivemos uma relação...
O quê?! Mas quando pensavam eles me dizerem?! Absolutamente ridículo, só a ideia deles... Ah! Que ódio!!! Olhei para Carmen e seu sorriso aberto, completamente deliciada com a minha reacção. Eu devia, eu devia... Aff! Ridículo.
- Yep, eu e o Eric, namoramos...quer dizer...gosto mais de dizer que fomos amantes durante muito tempo. Décadas! Claro que acabámos e recomeçamos vezes e vezes... – Sorriu enquanto continuava a narrativa. Minha mente começou a divagar entre imagens indesejadas, tentava afasta-las mas não o conseguia. – Mas, foi bom enquanto durou...
- Oh meu Deus... – Disse Samantha sorridente. – Isto é melhor que novela!
- Cala-te!! – Ordenei-lhe antes que houvesse algum acidente.
- Hey, não me odeies só porque soubeste que não és a primeira dele... – Ela atirou o cabelo para trás, declarando vitória. – Tinhas bom gosto, rapaz.
Carmen tocou-lhe no braço, fazendo sinal e sorrindo, e continuou o seu momento.
– Foi há muito tempo mas, ainda me lembro... Estava eu num bar algures em França, hum...foi em Paris...estava a procura de alguém para beber. Estava aborrecida de morte, ninguém ali chamara a minha atenção, ninguém era especial! Preparava-me para me ir embora, quando o vi entrar... Todo vestido de negro, com um casaco comprido e o cabelo apanhado. Devo ter ficado com um ar de idiota a olhar para ele mas, parece que resultou porque captei a sua atenção. – Voltou-se para mim, completamente radiante com a minha expressão. – A partir daí fora o início de muitas noites de sexo...muitas mesmo! E viajamos tanto! Inclusive, chegamos a viver juntos na Irlanda...
O silêncio apoderou-se da sala e minha mente não parava de me perturbar, era totalmente inacreditável tudo o que sentia. Não queria acreditar, e nunca na vida iria aceitar, jamais! Nada disto mudaria nada. Olhei para Samantha, totalmente divertida com tudo isto, e Carmen permanecia a sentir-se vitoriosa. Eu não tinha paciência para aturar estas coisas. Ciúmes?! Como poderiam pensar isso. Eu não ia admitir tal coisa. Eric era, era... Absolutamente miserável! Não via a hora de ter tudo isto acabado, fazia questão que tudo acabasse. Ridículo, como é que isto aconteceu? Ah, completamente odiável. Voltei-me, ele tentava esconder o seu sorriso para que eu não visse. Sorriso de quê?! Ele iria pagar-me por tudo isto!
Mal sai, encostei-me à parede fechando os olhos e sentindo o sol na minha pele fervente, entre o sol e a minha raiva não sabia qual deles seria pior. Respirei calmamente, inspirando e expirando para que voltasse ao estado normal. Por mais que tentasse as suas palavras não me saiam da cabeça... Mas o que se passava comigo? O que seria tudo isto? Eu sei, não quero simplesmente saber de nada! Suspirei uma última vez e aproximei-me do carro, teria uma nova vida em outro local, precisava completamente de me divertir... Mal lá chegasse trataria de me alimentar com todo o habitual divertimento e o mais horroroso possível.
Sim, um novo lar me esperava! E não seria uma parvoíce como esta que me incomodaria, eu não permitia que isso acontecesse! Nunca!

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