Moscow Season - Ep 27, Samantha

Estava na altura de voltar à penthouse para saber do paradeiro da Carmen e ver como Sheftu tinha resolvido aquele pequeno problema. Além disso Sam queria contar à Sheftu o que tinha descoberto depois dela ter desaparecido, precisava de saber o que ela acharia de tudo isto. Só não calculava que algo tão estrondoso acontecesse quando ela chegara. Faltava saber quem provocara tudo isso…

“Travel To Home” by Samantha Saint


Puxou-me mais para junto de si. Os seus lábios beijavam-me suavemente mas com fervor. As suas mãos acarinhavam todo o meu corpo e aquela pele gélida parecia tornar-te quente à medida que roçava na minha. Era um frenesim de emoções quentes, arrepiantes, delirantes, deslumbrantes… Era incrível pois sempre que estávamos os dois no nosso mundo parecia tudo o resto completamente irreal. Nós éramos a fonte de prazer um do outro, éramos vivacidade, energia, éramos o calor. O pecado de cada um. As coisas que fazíamos juntos eram tão humanas que me deixavam fora de mim.
Naquele dia, ele fez-me sentir como nunca me tinha acontecido… E tenho a certeza que ele estava a sentir-se da mesma maneira. Ele pegou em mim e arrebatou-me contra uma parede do seu quarto, continuava a beijar-me na boca como há muito não sentia. A minha perna estava à volta da sua anca, apertava-o contra mim ainda mais, as minhas mãos ora agarravam o seu cabelo de ouro, ora arranhavam as suas costas e braços.
Passava a mão por entre as minhas pernas e tocava-me devagar. Sentiu o meu desejo por ele. Aquele desejo que ansiava há tanto tempo, e ao se apercebe do que eu tanto ansiava, arrancou toda a minha roupa, rasgando-a, e entrou em mim.
Que momento memorável! Era completamente inesquecível. Seria algo que nunca mais sairia da minha mente. Nunca! Pois doces prazeres são isso mesmo… Doces. É como beber aquele sangue fresco pela primeira vez. Um fervilhar de emoções dentro do corpo gélido. Como aquele sangue que não nos sai da cabeça, o mais intenso, afrodisíaco e demolidor!
Durou horas o nosso conforto a dois. Pareceu-me infinito. Mas quando acabou necessitava de mais. Não, por não estar satisfeita, mas simplesmente porque dentro de alguns momentos eu iria embora na derradeira força do meu viver. O meu amado e conquistador.
- Quando pensas partir?
- De dentro me breve… – O meu ar era cabisbaixo.
- Porque esse sentimento tão desolador. Estávamos tão bem. Algo correu mal?
- Sim… – Olhei-lhe nos olhos. – Vou ter que me ir embora.
- Ora. – Sorriu-me com aquele ar terno que tinha. Agarrou o meu rosto. – Não precisas de ficar assim. Depois de fazeres o que tens a fazer em Moscovo sempre podes vir ter com o teu príncipe! – Deitou-me a língua de fora.
- Mesmo convencido! – Ri da sua maneira encantadora de me animar.
Abraçou-me, levantou-se e começou a vestir-se.
- Porque te estás a vestir?
- Queres que vá todo nu para junto das empregadas?
- NÃO! – Saltei rapidamente e agarrei-o – Ai de ti, Louis!
- Achas mesmo minha doida? – Beijou a minha testa.
- Bem, bem. Vê lá se ainda agora cheguei já me tenho que chatear contigo. – Fiz uma cara muito séria. Olhamos um para o outro e desatamos a rir.
-Devias-te vestir também.
- Sim, eu sei. Bem, e preciso de roupa.
- Samantha… Tens um armário cheio de roupa. Nem que vás com a minha!
- Nem pensar!
- Era assim tão mau?
- Horrível! – Sorri novamente.
- Ai tu não mudas… E ainda bem.
Ele era absolutamente incrível. Aguentava tudo. Tudo! Não sei como tem paciência para mim.
Dirigi-me até ao armário que ele dizia haver roupa para mim. Era absolutamente estonteante! Tanta coisa… Tal como no meu. Apesar disso a minha escolha não foi difícil.
Vestido, claro. Mas desta vez bem mais discreto. Cinzento claro, até ao joelho e a fazer balão. Uns sapatos pretos com um pequeno salto alto. Definitivamente muito discreto. Tomei um banho muito relaxante. Na memória só apareciam imagens minhas e do Louis. Todos os momentos bons, maus. As saudades de abraçá-lo, beijá-lo, acarinhá-lo… Era incontestável o quão apaixonada estava por aquele homem. Incontestável o quanto eu tinha sorte de ele me amar. Tão completo.
Ele apareceu no exacto momento em que me estava a acabar de calçar.
- Estás linda…
- Achas? Estou discreta, não pareço eu.
- Acredita, estás maravilhosa.
Aproximou-se de mim, agarrou-me pela cintura e beijou-me.
- Sinto-me tão livre. – Disse-lhe mexendo no seu cabelo.
- Porquê?
- Porque estou nos teus braços. Sou livre! Posso cair pois sei que me agarras! Por isso sou livre.
Ele riu.
- És uma poetisa! E começares a escrever?
- E escrevo!
- Falas a sério?
- Sim. Se tiveres um computador mostro-te já.
- Por esta é que eu não esperava.
- Sabes, há muita coisa pela qual tu não estás à espera mas que acontece…
- Lá isso é verdade.
Saímos do quarto e ele mostrou-me o seu escritório. Para um escritório tenho que admitir que era bem grande! E numa bela secretária ali estava o computador.
- Olha só. – Liguei o computador e fui directamente ao meu blog. – Então? Que tal?
- Como é que eu nunca descobri isto?
- Não faço ideia! Mas já existe há algum tempo!
Mostrei tudo o que tinha escrito mas o que mais lhe saltou a vista foi um. E ele leio-o em voz alta o que me deixou mesmo muito envergonhada.
“Amo o jeito como me olhas
Como sorris para mim
Amo como me controlas
Como deixas o meu coração a bater
Cada vez que olho para ti
Amo a forma como me agarras
E me deixas sem respirar
Amo como me beijas
E me fazes pedir por mais
Amo quando te fazes de desentendido
E como me deixas desorientada
Amo essa tua falsa inocência
Amo esse rosto de anjo
Amo como se não houvesse mais nada
Cada centímetro seu!!!”
Quando acabou de ler parou e fechou os olhos.
- Isto era sobre mim?
- Era. Era e é.
- Epá…
- Sim, odiaste, já sei.
- Achas mesmo?
- Calculo que sim!
- Amor… Está lindo!
- Não está nada!
- Não sejas palerma!
- Não sou! É a verdade! – Abraço-me com ternura. – Perfeita.
Estava no meu mundo. Meu mundo eterno.
- Preparei uma coisa para ti. – Disse-me quando estávamos a caminhar para a saída, pois eu ia perder de novo o meu apaixonado.
- Preparas-te o quê?
- Jacto!
- Desculpa?
- Enquanto te estavas a vestir liguei a um dos meus funcionários. Tens um jacto, pronto para descolar quando lá chegares.
- Estás a gozar?
- Não! Fica bem pertinho daqui.
- Perfeito então. Ainda lá chego de noite!
Ele pegou no carro e em menos de cinco minutos chegamos ao aeródromo.
- Mr. Russian! Bons olhos o vejam! Esta deve ser a Senhorita Samantha.
- Sim, é.
- Finalmente. Prazer em conhecê-la!
- Muito obrigada. – Disse sorrindo para aquele desconhecido que parecia-me conhecer muito bem.
Entramos os dois no jacto.
- Mas toda a gente me conhece?
- Claro! Se nunca mulher nenhuma entrou lá em casa, e eu falo sempre de ti. Parece-me bastante óbvio.
- És terrível!
Beijei-o e sentei-me num dos lugares. Quando ia a sair ele disse.
– Em breve voltaremos a vermo-nos. – E foi a última coisa que disse antes de o avião deslocar.

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