Moscow Season - Ep 12, Samantha

Carmen aparecera ainda mais morta do que habitualmente, Sheftu parecia precisar ainda mais de sangue do que Samantha e estava com uma vontade enorme de ajudá-la. E isso era terrivelmente estranho. Então, Samantha começou a sua busca pelo passado. O que acabaria por encontrar?

“Help From Hell” by Samantha Saint


- SOCORRO! ONDE RAIO ANDAM VOCÊS SUAS CRIATURAS DESNATURADAS…
Logo agora que eu ia sair aparece a Carmen a gritar desta maneira pela casa. Corri para ver o que se passava e o que estava à minha frente era uma Carmen completamente fraca com uma estaca espetada o seu coração com tal precisão, que parecia mentira tal trabalho. Mas o mais estranho de tudo era o homem que estava ao pé dela. Era o mesmo que se encontrava no quarto da Sheftu da última vez que lá estive. O cheiro não enganava. Mas não era humano de certeza!
Virei-me e vi Sheftu que me olhava como se estivesse a pensar em algo bem mais profundo que em Carmen e eu estava completamente surpresa com toda aquela histeria. Tudo se passou em menos de nada, a minha intenção era sair da penthouse o mais depressa possível pois em breve estaria a amanhecer, porém o que estava a acontecer me arrastou para fora desta mas de uma maneira bem diferente.
Quando dei por mim tinha Sheftu a agarrar no meu braço e a dar a intenção de que queria ir-se embora o mais rapidamente possível. Hesitei pois Carmen estava em muito mau estado e precisava rapidamente de ajuda ou poderia mesmo… Morrer.
- Mas que é isto... – Disse-lhe estupefacta.
- Não fales, anda apenas comigo... Não queres a minha ajuda?
Olhei para ela em plena consciência de que precisava mesmo da ajuda dela E quando ela entrou no elevador eu já estava mesmo atrás dela.
-Mas onde é que tu vais...
- Chegaste a pesquisar sobre o teu passado?
- Sim, encontrei aqui perto uma biblioteca em que parece existir uma colecção rara de livros antigos. Parece que um louco qualquer rico lhe apeteceu comprar uma colecção inteira de cada país, um louco! Quantas jóias e roupas eu não compraria com o dinheiro que ele gastou em uns míseros livros!
- Míseros livros que te podem ajudar... Então será lá onde iremos! É muito longe daqui?
- Não, não... Chegamos lá rápido. Até vais ver que gostas do sítio, é muito escurinho, tal como nós gostamos. – Fiz um enorme sorriso.
A verdade é que me agradava bastante o local. Esperava não termos problemas para ler aqueles livros todos. Eu estava a ficar fraca para matar e Sheftu estava ainda com pior aspecto que eu. Definitivamente esta tinha sido mesmo uma altura errada para fazer esta pesquisa.

Caminhamos o mais rapidamente até à biblioteca de Lenine, ficava a poucos minutos do hotel. Sheftu vinha mesmo atrás de mim mas eu conseguia sentir muito bem as vibrações do seu corpo e como ela, se pudesse, já se teria posto a matar algumas almas que aqui passassem na rua. Mas para nossa sorte, ou azar, não havia ninguém nas ruas a estas horas.
- Boa tarde, em que vos posso ser útil? – Disse um velho bibliotecário observando-me com uma cara esquisita.
- Bem, gostaríamos de ver a secção sobre as linhagens das famílias mundiais, se faz favor. – Eu tinha tudo bem estudado, não me poderia enganar senão ele iria desconfiar que estaríamos a tramar alguma coisa.
- É uma pena minha senhora, não temos autorização para dar acesso a tais escritos. Fazem parte da secção privada do Senhor Kill e não há autorização para os ver sem que seja o próprio. – Eu sorri e tentei fazer uma pose que talvez o persuadisse e o fizesse mudar de ideias mas não resultou – Desculpe mas não posso fazer mais nada.
- Então agradeço, voltaremos noutra altura para que o seu patrão nos possa dar permissão. Fica aqui com o meu número e depois telefone-me quando ele estiver disponível para entrarmos em contacto.
Entreguei o meu número e virei as costas. Mas rapidamente me arrependi. Oiço um estalo enorme que me congelou completamente. Sheftu tinha acabado de partir o pescoço do bibliotecário. Voltei-me para ver se a parava mas ela estava totalmente louca e sedenta de sangue. Um dos guardas foi em auxílio do bibliotecário mas ainda teve mais azar. Esta arrancou-lhe o coração que passou mesmo perto de mim e desta feita, o segundo guarda que se dirigia para ela deu o grito de horror tão estridente que conseguiu chamar a atenção dos outros guardas que se encontravam nos seus postos.
Ela foi rápida como ninguém. Acabou com todos os guardas num ápice e daí bebeu algum sangue, no entanto, alguns segundos depois apercebi-me do que ela tinha feito e estava capaz de a matar.
- Olha o que tu acabaste de fazer!!! – Olhei para a minha roupa que estava coberta de sangue daqueles nojentos guardas. - Sabes, este vestido foi muito caro! É a alta moda de Moscovo e tu mo estragas-te, não dá para sair esta nódoa dele! Tens que arranjar uma forma de o consertar, era o único vestido deste estilo no mundo!
Ela levantou-se velozmente e disse:
- Pronto, problema resolvido! – Disse, rasgando a roupa na parte que estava manchada de sangue.
- EU MATO-TEEEE! – O meu grito foi de loucura. Como é que ela se atrevia fazer-me uma coisa daquelas!
- Vim aqui para te ajudar a descobrir o teu passado ou para fazer um desfile de moda? – Dizia-me tentado disfarçar as gargalhadas mas eu conseguia entender perfeitamente o que ela estava a fazer.
Avancei para ela com a intenção de a desancar ou esmurrar mas ela olhou-me severamente e eu pensei duas vezes antes de fazer algo que me prejudicasse. Ela já tinha recuperado algumas das suas forças e era capaz de me trazer alguns problemas neste momento, por isso decidi não avançar mais com aquilo que ela mais tarde chamaria de vingança. Sim, porque ela não iria ficar impune e se rir às minhas custas.
- Bem, então vamos em frente descobrir o que se passou na minha vida... – Disse-lhe, movendo-me em direcção à sala em que estariam os livros sobre a minha vida.
Passamos por estantes enormíssimas com milhares de livros mas não seria difícil encontrar o que eu precisava.
Numa porta encontrava-se uma placa que dizia: Ala restrita. Propriedade de Sr. Kill
- Anda. É por aqui. – Disse-lhe sem graça.
- Sim. – Respondeu-me prontamente.
Quando entramos naquela sala era completamente improvável o que ali se encontrava. Era um vislumbre para os olhos. Eu própria não estava a acreditar nos meus próprios pensamentos.
- Uau… – Foi a única coisa que saiu da minha boca.
- Desculpa?? – Sheftu olhou para mim extasiada com a minha expressão e com o meu deslumbre pela sala. – Desde quando é que tu gostas e interessaste por livros Samantha?
- Desde nunca. Não gosto. Aliás, eu odeio. Mas olha-me bem para esta sala! – Olhei em volta para todos os seus adornos em dourado. Eu amava a escuridão mas aquela claridade tinha alguma magia nela.
- Estás definitivamente a passar-te. És uma vampira tresloucada e inconstante!
- Olha pensa o que quiseres pouco me importa sabes?!
- Pronto enlouqueceu de vez! Eu acho que a falta de sangue e sexo na tua vida te está a deixar variada. Há quanto tempo é que não te alimentas?
- Já perdi a noção dos dias. Depois da noite com o Daniel nunca mais tentei caçar.
- Está explicado.
Olhei para ela com ar de agonia, mas não me iria deixar abater. Comecei a percorrer a sala em busca do livro que me interessava. Sheftu foi na direcção oposta para me ajudar a encontrar o ou os livros de me diriam a verdade. Quem me diriam o que eu tinha sido na minha vida humana antes desta morte.
Alguns minutos passaram e eu não encontrara nada sobre linhagens de famílias. Comecei a pensar que era tudo mentira. Que este Sr. Kill na verdade não possuía os livros que eu necessitava, que era tudo uma mentira.
Mas aí a minha vingança seria feroz! Matá-lo-ia com as minhas próprias mãos! Aquele presunçoso e idiota…
- Samantha!!!
- O quê?? Porque estás a gritar assim? Eu oiço perfeitamente bem! – Corri na sua direcção.
- Não sejas ridícula! Vê o que eu encontrei! – Olhou para mim como se fosse a dona da razão e eu odiei-a por isso.
Apontou para uma estante que se encontrava mesmo a sua frente enumerada da seguinte forma, Número 83 – Linhagens Mundiais.
- Então? Já te interessa o facto de estar a gritar??
- Não vou comentar ok?
Ela olhou para mim e riu-se.
- Onde está a piada? – Perguntei-lhe aborrecida.
- Como tu me odeias quando eu tenho razão.
- É mesmo. Como eu te odeio quando tens razão.
- Então vá. Pega no livro.
Mas qual deles? Eram imensos mas talvez fosse mais fácil do que pensei. Os livros estavam etiquetados. Cada 10 livros uma letra. O meu olhar caiu rapidamente na letra S. Abri aquele espesso livro. Estava empoeirado por dentro, ninguém diria pelo seu aspecto exterior. Dirigimo-nos para uma mesa ali perto e procurei o meu apelido mas fiquei estupefacta ao contactar que aquele livro era só e apenas sobre a minha família.
Sheftu arqueou uma sobrancelha e disse:
- Bem parece que tens uma família bem grande.
- É, estou a ver que sim. Isto vai dar pano para mangas.
- Ou não. Olha aqui. – indicou-me uns números no canto superior esquerdo de cada página. – Não vês? São datas. Basta procurares a data do teu nascimento humano e pronto. Vês quem era a tua família directa.
- Mas eu não sei, lembras-te? Não sei nada. Só sei o que me aconteceu a partir do momento em que me transformei!
Ela revirou os olhos já com ar de stress e nervos.
- Tu realmente Samantha!
- O que??!! – Eu já me estava a começar a passar com os seus comentários.
- Tu deves ter sido transformada com mais ou menos 22 ou 23 anos! Logo se foste transformada em 1790… Fazer as contas… – Começou a desfolhar o livro. – Deve ter sido em 1767 ou 68. – Começou a desfolhar ainda mais rápido até que parou. – Aqui.
Olhei para a página, 1768, era o ano do meu nascimento terreno. Naquela folha estavam todas as crianças daquela família que tinham nascido naquele ano. Não eram muitos por isso o meu nome foi facilmente detectado no meio de tão poucos.

Samantha Davis Saint 1768 – 1790
Filha de Theodore Saint. Inglês, nascido em 1730 (ver pagina 30)
Arabella Davis Saint. Inglesa, nascida em 1733 (ver pagina 33)
Foi morta numa violenta briga entre a mãe e um homem anti-cristão, com apenas 22 anos (não se sabe quem era esse homem).

- É assim que eu morri? Por causa de uma estúpida briga? – Estava e entrar em estado de combustão. Os meus nervos estavam a flor da pele.
- Samantha tem calma. Lembra-te que os humanos não acreditam em vampiros, bruxas e ou fantasmas e a verdade e que nós somos bem reais.
- Mesmo assim. Deve haver aqui um fundo de verdade no meio disto tudo.
- Não digo o contrário. Mas talvez esta briga tenha sido para tentar-te proteger ou algo assim.
- Pois, talvez…
Folheei para trás algumas páginas na esperança que dissesse mais algo sobre a minha mãe e o meu pai.

Arabella Davis Saint 1733 – não se sabe o ano da morte
Inglesa, casada com Theodore Saint (ver página 30)
Dois filhos, Samuel Davis Saint (ver pagina 58) e Samantha Davis Saint (ver pagina 68)

Eu tinha um irmão. Não podia acreditar no que os meus olhos liam. Aquela história estava a tornar-se casa ver mais estranha.
- Com quem tão tinhas um irmão e mais velho, ainda por cima.
- Isto está a tornar-se uma descoberta bem mais estranha do que aquilo que eu estava a pensar…
- Vai ver sobre o teu pai! – Disse-me toda entusiasmada. Eu não acredito que ela estava a achar aquilo divertido. Não era uma novela nem nenhum romance!
- Tem calma!

Theodore 1730 – 1799
Inglês, casado com Arabella Davis (ver página 33)
Dois filhos, Samuel Davis Saint (ver pagina 58) e Samantha Davis Saint (ver pagina 68).
Filho de pai templário tendo este também seguido as pisadas do pai até a morte. Morreu a lutar contra infiéis.

Os meus olhos não estavam a ler isto. Totalmente improvável tal coisa! Templário?? Eu era filha de um templário! Impossível!!

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