Halloween 1ª Temporada

Atenção! Este pequeno especial não é a continuação da história da temporada, mas apenas uma pequena brincadeira da nossa personagem num dia de Halloween. Esperemos que gostem, divirtam-se a fazer parte do nosso mundo... Quem seriam neste Halloween? Qual das nossas personagens encarnariam?

CARMEN MONTENEGRO


É estranho as coisas que nos lembramos quando estamos a ver a nossa vida a passar a frente dos olhos. Relembrar pedaços de quem fui na minha vida, enquanto era humana, tinha sentimentos, podia ter frio, calor, dormir e chorar. Mais estranho é lembrar algo como uma simples festa de Halloween dos meus 27 anos, talvez a relembre por ser a minha última. Talvez por ter sido nessa festa de Halloween que eu assinei o tratado da minha morte.

Lembro-me bem de como funcionavam as festas na minha aldeia. Não levávamos muito a sério o conceito, apenas chamávamos o Dia dos Mortos, não era como hoje que os miúdos vestem mascaras idiotas e saem a rua a pedir doces ou dinheiro, até. Era algo muito familiar e privado, que se limitava a ida aos cemitérios das famílias que tinha perdido alguém, para homenagear os mortos. Havia também uma espécie de almoço em família. No fim, todos se reuniam para a missa e procissão, e no fim para a festa!

Se soubesse o que sei hoje, talvez tivesse participado em todo o processo desde a ida ao cemitério até a procissão. Mas não, eu estava naquilo que parecia ser a adega da aldeia. Eu e o meu namorado da altura…estranho…o corpo não tem nome na minha cabeça. Eu e ele estávamos a ter um belo momento de amor, sem o mínimo de romantismo. Trocávamos beijos ardentes, enquanto os dois avançávamos para o culminar do nosso prazer secreto. Eu abafava os gemidos dele com a minha mão e enquanto tentava segurar os meus, mordendo o lábio com toda a força.
Quando acabou ficamos parados a recuperar o fôlego e trocamos um beijo leve. .
― Podeis…largar…largar-me…- Disse eu cansada.
Com cuidado, ele deixou-me deslizar para o chão e eu afastei-me dele ajeitando a roupa.
― Carmen, tolo é aquele que te toma por pura.
Ele ajeitava as calças, colocando a camisa para dentro.
― Acredita, meu amado que são muitos. – Puxei a minha saia branca para baixo, ajeitei o meu corpete bege e ajeitei as mangas da camisa que tinha por baixo. ― Ajudai-me.
Aproximou-se de mim por detrás, pegou nos fios do meu corpete e começou a puxa-los e entrelaçando-os.
― E eu, deixa que te diga, sou um deles. – Virou-me para encara-lo. ― Quero-te. Sê minha para sempre. Sê minha, cara Carmen.
Não consegui aguentar, larguei uma gargalhada na sua cara e afastei-me.
― Talvez quando regressar.
― Regressar? – O seu som tom era de total pesar. ― Mas, onde ides?
― Caçar, ora! – Peguei no cabelo e apanhei-o numa trança. ― Penso que é isso que nossas famílias fazem.
― Ides deixar-me?
Voltei-me para ele e vi a sua cara de cachorro abandonado. Aproximei-me dele, toquei na sua face quente e molhada, tentando mostrar o meu melhor ar de pesar.
― Lamento. – Dei-lhe um beijo apaixonado nos lábios. ― Prometo, voltar e serei tua…
― Isto se vossa obsessão não vos matar, antes! Que raio procurais?
― Procuro glória, meu amado! Gloria! Se matar este vampiro de vez, será fácil encontrar os demais e acabar com eles tambem. – Agarrei a sua cabeça entre minhas mãos. ― Irei usar a sua pele como meu estandarte.
― Se ele não usar a vossa ou pior…- Olhou-me de cima baixo. ― Não transformar-vos primeiro.
Por impulso mandei-lhe um empurrão tal, que eu fez cair de rabo no chão. Ajeitei a minha roupa e mostrei o melhor sorriso.
― Não sejas tão negativo, futuro marido. Prometo voltar e ser vossa. – Avancei para as escadas que davam para a rua.
― Carmen, esperai…
Não escutei o resto, limitei-me a bater com a porta assim que sai.

Saí da adega, praticamente a voar, deixando o meu amado – sem nome – para trás. Não sabia porquê mas, a ideia de não voltar transmitia-me um conforto inexplicável. Quando virei a esquina o que eu vi fez com que a minha respiração suspende-se!
As luzes que iluminavam a praça estavam lindas formando o desenho de uma tenda de circo. As pessoas dançavam felizes umas com as outras ao som da música folclórica, algumas passavam por mim as gargalhadas com os vestidos e casacos a levantar voo conforme o movimento dos corpos. Ao fundo da praça, uma banda tocava com vários instrumentos da época, todos felizes e contentes e com uns copos de cerveja mesmo ao lado.
Sem dar conta fui andando para o centro da, improvisada, pista de dança observando com alguma inveja e contentamento quem dançava a minha volta. Senti algo a arder por de dentro dos meus olhos, de repente a minha visão ficara turva. Toquei na minha cara a tempo de ver as minhas lágrimas a escorrer. Estava a chorar! Porquê? Fui assolada por uma sensação de nostalgia, de saudade mas, como se aquilo era algo que eu estava a viver e iria viver sempre.
Senti os braços fortes apertarem-me pela cintura e uma respiração no meu ouvido.
― Aproveita enquanto podes, Carmen. Aproveita. Assim que partires, este mundo já não te pertence!
Voltei-me bruscamente a procura de um dono para aquela voz mas, apenas via pessoas a dançar, a rir, a brincar com fitas, luzes. Felicidade extrema.
― Passou-me pelos sentidos…- Virei-me e reconheci o meu amado a encarar-me de sorriso nos lábios. Estendeu-me a mão, num gesto carinhoso. ― Já que partis amanhã, deveis-me uma dança. Afinal, é Dia dos Mortos, há que dançar pelos vossos antepassados e pelos meus.
Aceitei a mão, coloquei-me ao seu corpo quente que ainda emanava o nosso cheiro e deixei-me guiar enquanto ele liderava.
Agarrei-me o mais que pôde.
Agarrei-me com a força toda.
Mas, mesmo assim na manhã seguinte parti e dois dias depois morri.

VERÓNICA RUSSO


Peguei no meu punhal de prata e de um corte seco acabei com a vida daquela mulher.
Não sentia qualquer tipo de ressentimento., era um acto frio.
Despertei sobressaltada. Senti muito medo da verdade e do passado. Levantei-me e olhei pela janela. Ai comecei a recordar.

Era uma maravilhosa manhã de Outubro do ano 1886. Estava perto da cidade de Viena em Áustria.
Por breves momentos esqueci-me da minha da missão.
De repente bateram à porta. Senti que o meu coração batia a mil à hora. Sabia quem era.
Abri a porta. Era ela.
- Passa! – Disse – Que tens para mim hoje?
- Sabes bem o que é...
- Já te disse que não o vou fazer – Neguei-me sem medo.
- Deves-me a tua vida. Tens de fazer o que eu mando! – Ordenou-me.
Eu sabia que era verdade o que dizia.
- Ok! Dá-me tempo...
- Tens 2 dias Verónica! Não abuses da minha paciência.
Abanei a cabeça com uma cara assustada.
Passei o dia todo a pensar como o ia fazer. Era demasiado para mim.
Essa mesma noite decidi que tinha de distrair-me. Tinha visto em um dos livros da minha ama que depois de retirar a alma do corpo de alguém e precisamente antes de fecha-la nos meus “frasquinhos da sorte”, se podia manipular como quiséssemos.
Resolvi experimentar. Com todos os passos apontados num pedaço de pergaminho dirigi-me a Viena. Passeando pelas ruas desertas da cidade encontrei um belo e jovem rapaz que caminhava devagar e sem qualquer preocupação. Aproximei-me dele discretamente, sem dúvida era humano. Agarrei-o pelo pescoço e atirei-o contra uma parede. Ai ele ficou inconsciente. Era a minha grande oportunidade.
Comecei o processo. À medida que eu ia avançando ele começou a contorcer-se de dor. Estava completamente lúcido mas totalmente imobilizado pela dor.
De repente parou. Seguindo todos os passos consegui estabilizar a sua alma sobre o seu corpo. Esperei uns minutos antes de aprisionar a sua alma num dos meus recipientes.
Nessa fracção de segundo percebi que tinha conseguido. Estava a evolucionar depressa. Estava a conseguir estar num estado intermédio entre ser uma guerreira e ser uma bruxa. Algo pouco habitual.
Voltei ao meu pequeno quarto. Apesar de tudo, sentia-me bem.
O dia seguinte resolvi estudar um pouco algumas das minhas técnicas para estar suficientemente preparada para qualquer tipo de imprevistos.

Faltavam várias horas para a minha missão. Era uma das mais complicadas que tinha.
Encontrava-me a porta de um orfanato. Diziam que algo acontecia ai dentro e a minha missão era acabar com isso. Deviam ser perto das 23h do dia 31.
Era hora de actuar. Entrei por umas das janelas da parte de trás do edifício. As luzes já estavam todas apagadas e já estavam todos nas suas camas.
Sabia por onde tinha de começar. Pelos homens!
Dirigi-me ao 1º andar. Entrei nos diversos quartos e silenciosamente fazia um corte seco no pescoço do indivíduo. Não valia a pena perder tempo. De ai dirigi-me a ao 2º andar e do mesmo modo acabei com todas as mulheres. Dirigi-me finalmente à ultima planta, a das crianças. Deveria fazer o mesmo mas a curiosidade era mais forte que eu.

Decidi experimentar o que havia aprendido com aquele jovem, mas em vez de uma por uma, o que faria com que todas acordassem com os gritos, decidi fazer uma execução em massa.
Comecei então. Os gritos daquelas pequenas criaturas começaram a ecoar por todo o edifício. Passados alguns segundos de imensa dor, os gritos terminaram.
Tinha centenas de almas nas minhas mãos e isso dava-me imenso prazer.
De repente senti uma forte dor passar-me pelo corpo. Caí no chão sem poder mover-me.
Tentei lutar contra aquela força invisível mas era impossível.
Tentei pelo menos guardar todas aquelas almas para a minha colecção mas não podia.
As almas atordoadas e sem saberem o que fazer começaram a dispersar-se por todo o edifício.
Foi então que alguém se aproximou de mim e com fria palavras disse-me:
- Sabia o que andavas a tramar, por isso tinha de acabar contigo! Feliz Halloween, amor.
Mas algo ela não sabia. Eu tinha um poder muito especial.
Mentalmente executei um pequeno ritual que demorei muitos anos a desenvolver para utilizar em casos extremos como este.
Podia transporta o meu corpo a outro sitio mas a cambio um ser vivo tinha de ser sacrificado.
Sabia que a única criatura viva naquele edifício era ela e era a maneira de me livrar dela.
Consegui escapar. Estava numa rua deserta em Viena. Já me conseguia mover apesar de estar débil. Levantei-me devagar e comecei a caminhar como podia. Consegui encontrar um sitio onde esconder-me até recuperar-me.

Despertei. Felizmente era só uma recordação passada. Mas parecia tão real. Como se tivesse sido ontem.
Resolvi prepara-me. Já era a hora do baile.

CLAIRE HARRIS


O Halloween chegara uma vez mais. Sentada à minha janela como era costume, olhava lá para baixo, para as ruas de Moscovo e pensava nas saudades que sentia. Pensei, mais propriamente, no meu último Halloween, fora de Moscovo.

- Despacha-te! Ai que lentidão que tu és. – Gritei.
- Eu não sou lento, tu é que és demasiado rápida – respondeu um rapaz ao chegar ao fundo das grandes escadas que levavam ao quarto principal. – Wow. Claire! – Exclamou ao olhar para mim. Reparou como eu estava vestida. Um vestido negro, sem alças, que me dava pelos pés mas sem arrastar pelo chão. Maquilhagem suave, destacando os meus olhos. O meu cabelo solto, caindo pelas costas, livremente.
- Que foi? – Ri – Até parece que nunca me viste. Vamos, estamos atrasados.
Sai de casa à sua frente dirigindo-me para o seu carro. Entrei para o lado do passageiro e esperei. Ele entrou logo de seguida e arrancamos em direcção ao nosso destino.
- Chegamos! – Exclamou cerca de meia hora depois. A viagem tinha sido bastante calma.
Saímos do carro calmamente e dirigimo-nos para a entrada. Ao entrar entregamos os nossos casacos ao empregado e fomos directamente para a sala de jantar.
- Daniel Harris. – Respondeu.
- Muito Boa Noite, Srº Harris. Mesa 5, por favor. – Retorquiu o empregado.
Chegamos à mesa e sentamo-nos. O empregado veio entregar a ementa e escolhemos em silêncio ambas as refeições. Os restantes minutos foram passados também em silêncio, ouvindo a música que tocavam no palco. Uma boa música clássica, nada melhor.
- Sabes, isto não é tipicamente Halloweenish. – Riu-se após beber um pouco do vinho, mais caro da casa, diga-se de passagem.
- Não gosto do Halloween. Demasiado comercial. Sabes disso. Prefiro passar uma boa noite assim e quando regressar a casa, realizar os meus rituais na paz e conforto do meu jardim…
- Sempre foste assim. Mesmo quando eras… – hesitou – mortal… davas muita importância a este dia. Não mudaste muito.
- Mudei. Tu é que não notaste. – ri-me – Daniel. Como vamos fazer quando eu for para Moscovo?
- Telefonemas. Cartas. De vez em quando vou visitar-te. Está descansada, não irás ver-te livre de mim tão cedo. Aturas-me há cerca de… hmm… - parou para pensar – Quatro? Cinco Séculos? Não sei. Perdi a contagem dos anos.
- Eu sei. Nem é meu desejo ver-me livre de ti. – Sorri.
- Vamos, vem comigo. – Levantou-se e esticou o braço, como se pedindo a minha mão.
- Para onde? – Questionei.
- Dançar. Gostas da música certo? Sim, sei que há melhores para dançar, mas vem. Olha ali – apontou para o centro de uma pista que se encontrava cheio de pessoas a dançar – vamos juntar-nos a eles. Anda lá, eu prometo que não te piso. – Deu uma risada subtil.
- Muito bem. Mas aviso-te já que dançar não é o meu forte. – Dei-lhe a mão.
Dirigimo-nos para a pista e dançamos juntos um ao outro. O tempo pareceu parar. Como se nada existisse em nosso redor.
- Claire? – Chamou.
- Uh? – Disse, acordando de uma espécie de transe.
- A música acabou querida. Os meus braços são assim tão bons que adormeces? Ou eu apenas sou péssimo dançarino? – Deu uma gargalhada.
- Ah, desculpa – Corei – Vamos. Quero ir para casa fazer o meu ritual.
Pagamos a conta e dirigimo-nos para o carro. Rapidamente chegamos a casa.
- Boa Noite Daniel. Dorme Bem. – Despedi-me ao entrar em casa. Dirigi-me para o meu jardim, como todos os anos fazia, e montei o meu círculo de forma a celebrar de forma apropriada.
No final do ritual, tudo terminado e tudo limpo, ouvi um barulho.
- Quem está aí? – Perguntei.
- Shiu. – Algo, ou alguém, respondeu. Ou pareceu responder.
- Mas que… Ah! – agarraram-me. Taparam-me os olhos e arrastaram-me. Não sei quem era. Não sei para onde me levavam. Lutei e Lutei, mas não consegui. Era alguém forte sem dúvida. Cai. Num sítio… confortável? Senti os meus pulsos serem atados, com força.
- Quem és? – Gritei – Larga-me!
- Shiu. – Murmurou ao ouvido. “Ah!” pensei.
- Daniel... Achas mesmo que me enganas? – Respondi, agora calma e despreocupada. A venda foi me arrancada dos olhos. Dois olhos azuis-escuros, quase pretos, olhavam profundamente para mim.
- Sou assim tão previsível? – Disse, com cara triste.
- Claro. – Beijei-o. – Mas… se me quiseres surpreender…
Beijou-me.

**

- Quem tens a dizer sobre este Halloween, Claire? – Disse, dando um beijo na minha testa.
- Honestamente? – Sorri. Ele acenou com a cabeça. – Melhor Halloween de Sempre.

Fechei os olhos e deixei-me adormecer nos seus braços.
“Moscovo aguarda-me” – pensei, ao adormecer – “Mas agora… deixem-me aproveitar o momento.”

SHEFTU NUBIA


- É Halloween! Pedi a uma amiga que trouxesse este pequeno presente para ti! – A sua voz já me começava a enervar, quem era ele para fazer uma coisa destas! Sim, era o Belzebu que me mantinha aqui! – Vá, abre para vestires o teu que eu vestirei o meu! Hoje vamos ao baile do Halloween! Vá, amor, apressa-te!
- O QUE É ISTO?! – Não podia ser uma coisa destas! Ele havia de pagar-mas... Só eu recuperar as forças que ele verá!
- O teu fato para hoje, vai lá vestir-te! – Aproximou-se de mim e agarrou-me pela cintura, aproximando-se do meu ouvido e sussurrando – E vê lá se podes miar um bocadinho para mim hoje sim? Passas a vida a meter as unhas de fora, mas eu cá te porei a ronronar... Verás! – Sorriu quando eu bufei, prosseguindo – Está na hora de sairmos, não demores muito a vestir-te...
- Quando eu meter o dente em alguém vejamos quem ronrona aqui! – Virei costas e fui vestir-me. Sempre era melhor sair um pouco do que estar sempre aqui fechada.

Quando chegamos ao baile, ninguém reparou na nossa chegada, estavam todos totalmente radiantes com estas suas vidinhas medíocres. Comecei a movimentar-me para o meio da multidão, tentando escapar um pouco da lapa que teimava em estar bem agarrada...
- Não, assim não meu docinho... – Disse Eric, radiante pela minha expressão de raiva. – Não vês que tens de dançar comigo?
- Não danço com o Van Helsing, obrigado!
- Mas me vesti assim com tanto carinho, não me digas que não gostas nem um bocadinho... – Fez um beicinho torto acompanhado de um sorrisinho parvo. O que raio queria este homem?
- Não me parece que a Cat Women tenha algo a ver com o senhor caçador de vampiros...
- Isso é porque nunca me deixaste te caçar...
- Talvez me tenhas apanhado na hora errada. Esperasses mais tempo.
- E quê? Esperava que morresses ali nos braços da tua meia-irmã? – Seu coração batia num ritmo cada vez mais frenético. O que passaria pela cabeça deste caçador de sangue?
- Então, não seria má ideia. Assim não eras uma lapa.
- Se pensas que sou uma lapa, então nem sabes o que virá de seguida... Morde! – Ordenou, tocando com seu dedo em meus lábios, esperando que eles se abrissem para uma dentada.
- Não, não mordo. Não desta vez... – Suspirei, sugando o dedo... Eu sabia muito bem que haveria algo de errado com o seu sangue, não podia arriscar comigo ainda fraca.
- Eu bem disse que ronronavas... – Gargalhou alegremente com um som que quase parecia uma gargalhada maléfica...
- Que Van Helsing tão real! Até parece que é o Drácula disfarçado!
- Queres uma dentadinha de baptismo Miss Helsing? – Seu sorriso malicioso diminuiu ao ver minha boca se aproximar do seu pescoço, sua voz rapidamente ficou rouca e seu corpo rígido como pedra – Não vás por aí querida, não vais gostar nada do que te acontece. Meu sangue não é algo que queiras ingerir...
- Porque não? Cheiras bem, odeio-te e só te quero ver morto... Nada melhor do que pelo menos aproveitar o que presta em ti. – Seus braços me empurraram para longe do seu pescoço, sua expressão era indescritível. Mas porque não poderia eu matá-lo? Assim não tinha piada.
- Sabes bem que não é o meu sangue que queres... – Puxou-me de volta para perto dele, abraçando-me e continuando a dança – Podes ser uma gatinha meiga hoje?
- Preferia cair agora, bater com a cabeça e partir a coluna. Ah, é verdade... Vampiros, supostamente imortais. Que pena eu tenho de não puder fazer esse favor para ti!
- Não te preocupes minha querida... Farás favores bem melhores... Acredita.
- Jamais! Podes ir sonhando, mas fica bem a dormir... Talvez até eternamente, eu posso te ajudar...
- Vá, cala-te e dança que é a nossa noite!
- Preferia morrer...

SAMANTHA SAINT


O vislumbre de uma festa de Halloween…Todo o glamour das máscaras e das fantasias… Ir mascarada de vampira. Ahah que irónico, seria a mais perfeita da festa!
Abri o meu armário na esperança de ver algo que fosse misterioso e ao mesmo tempo sensual mas nada eu via. Está tudo mais que visto, mais que usado (apesar de muitas peças terem sido usadas uma única vez).

A noite estava aproximar-se e saí à procura da minha fantasia, no entanto nada eu encontrei. Cheguei ao hotel um pouco desapontada, principalmente por ver muita gente, todas fantasiadas. Pensei, Vou ter que usar outra coisa esta noite. Mas não quero nada isso. Subi e mal entrei na penthouse vi um bilhete em cima da mesa da entrada que dizia:

Encomenda para Samantha Saint.
O mesmo trás um bilhete de quem a deixou.
Olég (estafeta)


Encomenda? Fiquei a olhar desconfiada para aquele bilhete.
Mas encomenda de quem? Além das vampiras e das bruxas ninguém sabia onde eu me encontrava.
Fui para o meu quarto para ver o que seria e de quem seria essa encomenda misteriosa. Mal entrei no quarto fiquei completamente hipnotizada e deslumbrada com o que os meus olhos vislumbravam.
Em cima da minha cama estava uma espectacular fantasia de halloween! Fiquei tão entusiasmada. Era lindo, era a minha cara! Ia mascarada de… De mim própria!

Vesti-o rapidamente. Era comprido e justo, todo preto de cetim com uma grande racha de lado na perna direita. Pequenas linhas, muito finas, brilhantes e prateadas. Meias rendadas com desenhos a formarem teias de aranha e umas luvas até aos cotovelos com o mesmo padrão. Uns lindos sapatos pretos cintilantes com uns saltos altíssimos! E para finalizar uma mascarilha preta só a cobrir os olhos. Perfeito!! Simplesmente perfeito!

Com todo aquele entusiasmo nem reparei no envelope que estava junto ao meu vestido. Abri-o, totalmente curiosa com o que sairia dali. Mas a reacção não foi bem a que eu estava à espera, nem a carta o era. Lá dentro, numa escrita fina e requintada dizia:

Querida Samantha,
Espero que te encontres bem nessa tua nova busca.
Ainda bem que mudaste de interesses em relação…
Aqui te deixo este vestido, sei que é a tua cara. Achei-o perfeito tal como tu
Espero que também o aches.
Um beijo daqueles como tu sempre desejas.
L.O.R.


Cai no chão perdida no choro, num choro, infelizmente sem lágrimas, senão ter-se-ia formado um rio dentro daquele quarto. Era ele, o tal, a minha paixão arrebatadora, avassaladora e eterna. Incontestável e perfeita…

Fui para a festa no hotel, um deslumbre esplêndido. E eu tenho a certeza, que naquela festa, por trás de todas aquelas mascaras eu tive os olhos postos em mim, os olhos verdes que me deixam e sempre deixaram perdida. Eu vi-o! Tenho a certeza que o vi! Aquele que me deu o vestido, aquele que me deu prazer, aquele que me deu vida nesta morte… O meu Louis Olive Russian.

__//__

Um Feliz Halloween/Samhain para todos os nosso leitores,

The Unforgiven Souls

Comentários

  1. eheheh xD

    Espero que gostem muito e que se divirtam neste Halloween! ^.^

    Não bebam muito sangue... ahahah

    abraços!

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  2. :D muhahaha! Halloween! yeeeeeeeeeeeeee

    muito fixes os textos.. vou continuar a leitura..

    bjs

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